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ONU afirma que algumas aldeias a norte de Moçambique parece terem sido arrasadas por uma máquina

Algumas aldeias que ficaram no olho do ciclone Kenneth parece terem sido arrasadas por uma máquina, disse hoje uma representante das Nações Unidas, em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

“Vimos do ar algumas das aldeias que ficaram no olho do ciclone e foram totalmente arrasadas. Parece que foram esmagadas por uma máquina de compactar”, referiu Gema Connell, chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitário (OCHA) para África Austral e Oriental.

“As pessoas pedem abrigo, água e comida. Estamos a trabalhar com o Governo, sob coordenação do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), para dar assistência a esta operação”, referiu.

A prioridade da assistência passa por “tudo fazer” nas próximas 24 horas para “levar mantimentos às comunidades e saber tudo o que se passa no terreno”.

O apoio às comunidades do Norte de Moçambique depois da passagem do ciclone Kenneth vai ser “um trabalho complexo”, disse hoje fonte das Nações Unidas, em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado.

“Esta vai ser uma operação humanitária muito complexa”, acrescentou Saviano Abreu, porta-voz do OCHA.

Dado que as comunidades estão em locais remotos, sem infraestruturas, apoio aéreo deverá ser necessário, mas a situação ainda está a ser discutida com o Governo.

“A imagem que vi relembrou-me os desastres [naturais] mais severos que normalmente vemos nas ilhas do Pacífico: árvores arrancadas pela raiz, casas destruídas”, referiu

“Muitas pequenas comunidades estão completamente destruídas, nem uma única casa está de pé. Vi dez comunidades nesta situação”, referiu.

Na ilha do Ibo, há destruição na vila principal e noutras comunidades, referiu – a ilha foi um dos pontos que ficou sob o corredor de ventos mais fortes do ciclone Kenneth.

Segundo a mesma fonte, não foram avistadas cheias, apesar de ainda existir esse risco devido à previsão de chuva.

O ciclone Kenneth foi o primeiro, desde que há registos, a atingir o Norte de Moçambique, onde provocou cinco mortos, segundo número oficiais e numa altura em que ainda decorrem levantamentos em zonas mais remotas.

Quase 3.500 casas foram parcial ou totalmente destruídas, pelo menos 16 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone e há mais de 18 mil pessoas em 22 centros de acomodação.

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