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Onda de calor na Europa provoca infestação de lagartas do pinheiro

A onda de calor que afetou a Europa nas últimas semanas provocou uma infestação de lagartas tóxicas, conhecidas em Portugal como lagarta do pinheiro, que causam inchaço, irritação e, por vezes, dificuldades respiratórias.

A multiplicação atípica destes insetos, cujos minúsculos pelos são tóxicos, deveu-se ao inverno ameno e primavera quente, seguida de uma onda de calor súbita, que vários países europeus registaram este ano, explicam especialistas ouvidos hoje pela rádio alemã RTL.

A Alemanha, mas também a Holanda, são, aliás, dos países onde a infestação se tem sentido mais.

A região a oeste do rio Ruhr, na Alemanha, densamente povoada por essas lagartas, está entre as mais afetadas e algumas escolas e parques foram fechados para permitir que especialistas destruíssem os ninhos construídos em carvalhos.

Um parque na cidade alemã de Dortmund estará fechado durante três semanas, já que quase 500 árvores estavam infestadas.

“A infestação deste ano é muito intensa, muito mais do que no ano passado”, disse o gerente do local, Frank Dartsch.

Em algumas partes da Alemanha, pesticidas que não prejudicam o ambiente estão a ser usados para pulverizar os carvalhos, já que as lagartas se mantêm muito ativas, altura em que se transformam em traças e o risco diminui.

Na Holanda, a infestação também é maior do que em 2018, sobretudo nas regiões de Noord-Brabant, Drenthe e Overijssel, muito ricas em carvalhos.

Já na Bélgica, na região de Louvain, os bombeiros tiveram mesmo de intervir para destruir ninhos da espécie antes do início de um concerto por causa do risco de alergia em milhares de pessoas ao mesmo tempo.

De acordo com a RTL, as lagartas também se espalharam pelo Luxemburgo, país densamente florestado, e as autoridades da capital emitiram um alerta de saúde.

As lagartas também infestaram a ilha francesa da Córsega, bastante arborizada e há vários relatos de Espanha que apontam para um problema grave de lagarta do pinheiro na região norte das Astúrias.

Portugal ainda não divulgou nenhuma infestação invulgar de lagarta do pinheiro, mas as condições climatéricas do país divergiram bastante das do resto Europa, este ano.

As equipas de combate às lagartas usam equipamentos de proteção e elevadores para alcançar as copas das árvores, onde atacam os ninhos com maçaricos ou grandes aspiradores de pó.

As lagartas, de 2 a 3 cm de comprimento, marcham em longas procissões (por isso, também são conhecidas como lagartas-processionárias-do-pinheiro) para as copas das árvores durante a noite e podem causar estragos à medida que se alimentam de folhas jovens.

Uma lagarta chega a ter 700 pelos, que podem se espalhar com o vento, e contêm uma toxina que pode causar erupções cutâneas, irritação nos olhos, tosse ou reações alérgica.

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