A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje que o surto de Ébola na região nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo) continua com “riscos substanciais”, apesar da aparente melhoria no controlo da propagação do vírus.
Num comunicado, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a saúde reconhece que estes riscos se devem a potenciais cadeias de transmissão não identificadas.
Além das cadeias de transmissão não identificadas, também comportamentos negligentes – como enterros não conformes com as indicações das autoridades, relutância em identificar a origem do contacto, na vacinação ou na admissão a centros de tratamento – colocam em causa a atuação das equipas de combate.
Quatro dos 13 novos casos na cidade de Beni não tinham ligações a potenciais contactos, o que impossibilita as autoridades de localizarem o ponto de transmissão.
No último balanço, em 29 de agosto, a OMS registava 86 casos de vírus do Ébola, incluindo 47 mortes.
Este é o segundo surto de Ébola na RDCongo, após o que ocorreu na província de Equador (noroeste), num país onde a doença é endémica, mas nunca tinha afetado duas áreas em conflito como são as atuais.
Estas áreas vivem há anos um conflito com confrontos protagonizados por rebeldes, ruandeses e ugandeses, tropas governamentais e as forças da ONU no país (Monusco).
Em Kivu do Norte, a província mais afetada, há mais de cem grupos armados ativos e houve mais de 120 incidentes violentos só este ano.
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