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Olímpia Feteira avança com queixa contra Duarte Lima e acusa Justiça de “inércia desprestigiante”

duarte_lima2Olímpia Feteira, filha e herdeira do milionário Lúcio Tomé Feteira, acusa as autoridades portuguesas de “inércia” que “desprestigia” a Justiça. Nesse sentido, avançou com uma queixa no Ministério Público contra o advogado Duarte Lima, para permitir que o processo da morte de Rosalina Ribeiro prossiga em solo português.

Considerado pela Justiça do Brasil o principal suspeito da morte de Rosalina Ribeiro, Domingos Duarte Lima não foi alvo, em Portugal, de qualquer ação de investigação. Perante a possibilidade de o caso ficar congelado, Olímpia Feiteira decidiu avançar com uma queixa, que pode provocar diversas diligências que terminem com uma acusação em Portugal.

Duarte Lima e Olímpia Feteira acusaram-se mutuamente da morte de Rosalina Ribeiro. O ex-líder parlamentar do PSD defendeu que a única pessoa com interesse no desaparecimento de Rosalina era precisamente a filha do milionário. Esta defendeu-se, respondendo com a mesma moeda e apontando o dedo ao advogado português.

Certo é que as investigações no Brasil terminaram com a acusações formal contra Domingos Duarte Lima e um mandado de captura. Se pisasse solo brasileiro, o português seria detido. Como as autoridades portuguesas não tomaram qualquer diligência – nomeadamente, uma eventual extradição que permitisse à Justiça daquele país atuar perante o acusado – Olímpia Feteira agiu por sua conta e apresentou esta queixa no Ministério Público.

A queixa tem como fim “permitir a investigação”, com o objetivo de, em caso de acusação e condenação, ser aplicada a lei penal portuguesa, uma vez que está em causa o homicídio de uma cidadã com esta nacionalidade. Os tribunais portugueses têm legitimidade, segundo a queixa, para tomar decisões no crime, pelo qual Duarte Lima responde no Brasil.

Olímpia Feteira acusa ainda as autoridades lusas de “imobilismo”, no caso da morte de Rosalina Ribeiro (recorde-se que Duarte Lima está detido, mas noutro processo) e lamenta que não tenha sido tomada qualquer ação de caráter ofioso.

A filha de Tomé Feteira distribuiu um comunicado pela imprensa, onde refere que a queixa tem como objetivo “a abertura de uma investigação”, que “ponha termo a polémicas quanto à valia das provas recolhidas no Brasil”. Também serve para afastar a “inexequibilidade em Portugal” de uma hipotética condenação em solo brasileiro pelo crime que retirou a vida a Rosalina

Esta “inércia” que se verifica por parte das autoridades portuguesas é, segundo Olímpia Feteira, “desprestigiante” para a Justiça portuguesa. Recentemente, Olímpia Feteira apontou o dedo indicador na direção de Duarte Lima, quando questionada sobre quem é o culpado da morte de Rosalina.

“Por mais que procure pessoas interessadas em calar a Rosalina, não encontro outra pessoa que não seja Duarte Lima. Existe um papel que Rosalina deveria assinar…”, disse, à RTP.

Olímpia considera “estranho” a postura de Duarte Lima perante a acusação e refere que “ele deveria ter a dignidade de ir ao Brasil”, ajudar as autoridades a descobrir a verdade, “e ter a dignidade de responder à rogatória”. Duarte Lima “nunca o fez, o que é um comportamento que não condiz com alguém que se sente atingido”.

Olímpia Feteira, filha de Tomé Feteira – herdeira de um dos homens portugueses mais ricos – concedeu à RTP a primeira entrevista a um órgão de comunicação social, depois do caso da morte de Rosalina Ribeiro. Decidiu falar agora porque “Duarte Lima, de forma ignóbil, tentou manchar” o seu nome, o que Olímpia não permite “de modo algum”.

Duarte Lima permanece em prisão preventiva, enquanto a defesa aguarda a decisão sobre o recurso interposto, para que seja anulada essa medida de coação. O advogado responde por diversos crimes em Portugal: branqueamento de capitais, burla e fraude fiscal.

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