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Okunoshima, a ilha dos coelhos: De base militar ‘apagada’ a local de atração turística

ilha coelhos1Isolada e distante da capital (Tóquio), a ilha foi escolhida para acolher uma central de gás, construída entre 1927 e 1929, que produziu mais de seis mil toneladas de gás mostarda e gás lacrimogéneo. Para testar a eficácias das armas químicas, o exército japonês introduziu várias espécies animais na ilha, com destaque para o coelho.

A concentração de gases venenosos tornou Okunoshima inabitável. Apenas as poucas famílias de pescadores anteriores à construção da central de gás continuaram a habitar a ilha, que foi ‘apagada’ dos mapas e registos náuticos japoneses: uma tarefa fácil por se encontrar no meio do mar do Japão.

Em 1988, o Governo japonês transformou a central num Museu de Gás de Okunoshima, “a fim de alertar as pessoas quanto possível para as verdades terríveis sobre gás venenoso”, como consta nos folhetos promocionais. Foram ainda construídos vários equipamentos turísticos, como um hotel, um parque de campismo e um campo de golfe. Isto apesar do ar se manter muito poluído: em 2005, uma análise demonstrava que a concentração de arsénico era 49 vezes superior ao normal.

A ilha é atualmente visitada por milhares de pessoas, mas o objetivo dos turistas não é conhecer as ruínas do que foi uma fábrica de armas químicas: o interesse é ver e alimentar os coelhos selvagens, que foram abandonados aquando do ‘desaparecimento’ da ilha e se multiplicaram, passe a expressão, como coelhos.

A nível do comércio, os principais produtos vendidos na ilha são cenouras e couves. Nem um quilo, contudo, sai da ilha: os turistas gastam milhares de ienes para alimentar os coelhos.

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