Nos offshores há mais de 10 mil milhões de euros que saíram de Portugal ao longo dos últimos cinco anos, apurou o Público. A chegada da troika foi determinante para o recurso aos paraísos fiscais, pois só nesse ano foi transferido perto de metade do total.
Os números são da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), referem-se ao período entre 2010 e 2014 e foram citados pelo diário.
Nestes cinco anos, segundo as estatísticas agora atualizadas, particulares e empresas enviaram de 10.221.802.264 euros de Portugal para offshores localizados em paraísos fiscais.
As empresas dominam este recurso financeiro, tendo enviado 9500 milhões de euros, cabendo os restantes 675,5 milhões a pessoas singulares.
A chegada da troika teve um impacto brutal nestes movimentos. Nesse ano, 2011, foram movimentados para as contas offshore mais de 4000 milhões de euros, perto de metade do total dos últimos cinco anos.
Entre os offshores escolhidos por quem envia dinheiro de Portugal, Macau tem a fatia de leão, com 43,6 por cento. As ilhas Caimão, com 13,8 por cento, são o segundo destino principal, enquanto o Panamá, na origem do escândalo dos Panama Papers, é apenas o quinto da lista, superado por Emirados Árabes Unidos e Trindade e Tobago.
Convém lembrar que estes 10.200 milhões de euros são os números ‘oficiais’, ou seja, os que a administração fiscal apurou a partir das informações reportadas pelos bancos, ao abrigo da declaração Modelo 38.
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