Nas Notícias

Oferta de cuidados de saúde mental a crianças e jovens é “muito deficiente”

A oferta de cuidados de saúde mental dirigidos a crianças e jovens em Portugal “é muito deficiente”, havendo poucos serviços de psiquiatria específicos e com recursos escassos, além de faltarem psicólogos nos centros de saúde.

O retrato é feito pelo Conselho Nacional de Saúde, no relatório “Gerações Mais Saudáveis”, que vai ser hoje divulgado e que se centra nas políticas públicas de promoção da saúde nas crianças e jovens até aos 18 anos.

“A oferta de cuidados de saúde mental da infância e da adolescência está longe de suprir as necessidades da população e muito longe das metas traçadas no Plano Nacional de Saúde Mental”, refere o relatório, a que a agência Lusa teve acesso.

O Conselho Nacional de Saúde recomenda que seja reforçada a prestação de cuidados de saúde mental na infância e adolescências, lembrando que a prevalência de perturbações emocionais e do comportamento nestas fases da vida “têm vindo a adquirir uma dimensão importante”.

Estima-se que entre 10 por cento a 20 por cento das crianças tenham um ou mais problemas de saúde mental, sendo que apenas 25 por cento do total são referenciadas a serviços especializados.

Apesar de recordar estes dados, o relatório do Conselho Nacional de Saúde indica que os dados epidemiológicos sobre saúde mental em crianças e jovens é “muito limitado”, considerando fundamental haver investigação nesta área.

Quanto aos cuidados, nos centros de saúde o Conselho sublinha o “deficiente acesso a apoio especializado na área da psicologia”, com cerca de 350 psicólogos a trabalhar nos cuidados de saúde primários no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Também é considerada importante a inclusão de psicólogos nas equipas de saúde escolar.

Atualmente Portugal tem 21 unidades de psiquiatria da infância e adolescência em estruturas do SNS, embora com “recursos escassos”. Existem ainda nove serviços locais de psiquiatria da infância e adolescência, que desenvolvem atividades de âmbito alargado. Previa-se a abertura de 13 novos serviços até 2012, mas só abriram quatro desses serviços.

Em destaque

Subir