Nas Notícias

“Odeio ser autoritário, mas temos de controlar a pandemia”

António Costa defendeu as medidas obrigacionistas que o Governo quer implementar e que estão a gerar forte polémica, afirmando ser “irresponsável” que o país fique “impávido” perante o avolumar de casos de covid-19.

“Eu não gosto de proibições. Agora, há uma coisa que eu constato, nós não podemos estar impávidos a assistir a um aumento crescente dos números e não reagir”, começou por sustentar o primeiro-ministro, questionado sobre a polémica levantada por medidas como a obrigação de usar a aplicação Stayaway Covid (que exige um telemóvel com capacidades mais avançadas) e a máscara ao ar livre.

“Não há três ou quatro formas de reagir, há duas. Ou parar as atividades (e isso tem um enorme custo social e económico )ou alterar os comportamentos. Odeio ser autoritário, mas temos de controlar a pandemia”, afirmou António Costa.

Em Bruxelas, onde vai participar na cimeira europeia, o governante reconheceu o caráter autoritário do pacote legislativo apresentado ao parlamento, explicando que “se não achasse” já estariam implementadas.

“Entendemos que era necessário submeter à Assembleia da República uma proposta para tornar obrigatória a utilização quer da máscara, quer da aplicação. Eu acho que seria irresponsável da minha parte assistir à evolução da pandemia e não agir”, insistiu.

No caso da aplicação, após muitos alertas de vários responsáveis e entidades quanto à eventual ilegalidade por causa da privacidade, António Costa salientou as “condições de anonimato” da Stayaway Covid.

“Eu percebo e gostaria que ficasse claro que eu não estou a fazer nenhum juízo de censura sobre o comportamento das pessoas. Todos nós estamos, eu também estou, ao fim destes meses todos, nós vamos acumulando cansaço e fadiga relativamente a estas medidas e restrições que existem”, complementou.

“A evolução que estamos a ter é uma evolução grave. Isto necessita de um sinal e um sinal inequívoco de que temos que alterar os comportamentos. Hoje sabemos o enorme custo social que [a paralisação das atividades] tem”, concluiu.

Em destaque

Subir