Economia

OCDE melhora previsões e antecipa défice zero em 2020 tal como Governo

A OCDE melhorou a previsão para o défice português para 0,1 por cento este ano e ‘défice zero’ no próximo, em linha com o Governo, descendo em uma décima, para 1,8 por cento, a estimativa para o crescimento económico em 2020.

No relatório com as previsões económicas mundiais divulgado hoje (‘Economic Outlook’), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) melhorou para 0,1 por cento a sua previsão para o défice orçamental de Portugal este ano, face ao défice de 0,5 por cento antecipado na sua anterior previsão, de maio.

Para o próximo ano, a OCDE antecipa agora um saldo orçamental nulo (0 por cento), uma melhoria de duas décimas face à estimativa anterior (défice de 0,2 por cento).

A entidade alinha assim as suas projeções com as do Governo português, que antecipou, no projeto de plano orçamental, enviado a Bruxelas em 15 de outubro, um défice de 0,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e défice nulo em 2020.

“Prevê-se que a política orçamental permaneça prudente”, indica a OCDE, adiantando que o rácio da dívida pública em relação ao PIB deve continuar a descer.

A organização prevê que a dívida pública recue para 119,3 por cento do PIB este ano (a mesma previsão do Governo) e para 117,1 por cento no próximo ano.

“O aumento da eficiência dos gastos públicos irá apoiar a criação de amortecedores orçamentais para enfrentar choques imprevistos e o impacto orçamental do envelhecimento da população”, lê-se no documento.

A OCDE aponta ainda os “progressos significativos dos bancos no reforço dos seus balanços e redução do crédito malparado, apoiando o aumento da concessão de crédito e do consumo”.

Para a evolução da economia portuguesa, a OCDE antecipa que cresça 1,9 por cento este ano, mais uma décima do que antecipava em maio, prevendo, para 2020, uma expansão de 1,8 por cento, menos uma décima do que na anterior previsão.

O Governo espera um crescimento do PIB de 1,9 por cento este ano e de 2 por cento no próximo.

“O crescimento do consumo abrandará devido ao menor crescimento salarial. O crescimento das exportações será sustentado por ganhos de competitividade, apesar das condições externas desafiantes”, refere a OCDE, acrescentando que “a absorção dos fundos estruturais da União Europeia sustentará o investimento”.

Para a taxa de desemprego, a OCDE antecipa que se fixe nos 6,5 por cento este ano, face aos 6,3 por cento estimados em maio e previstos pelo Governo, descendo depois para 6,4 por cento em 2020, também acima dos 5,9 por cento antecipados pelo executivo.

A OCDE alerta que os riscos negativos para a economia portuguesa decorrem de uma “deterioração adicional das perspetivas de crescimento na União Europeia” e que a continuação da incerteza decorrente do Brexit pode afetar o comércio e o turismo, acrescentando que “o setor bancário ainda está vulnerável a choques financeiros devido aos elevados níveis de crédito malparado”.

O potencial positivo decorre da “melhoria do desempenho do mercado de trabalho e da competitividade das exportações portuguesas como resultado das reformas estruturais em curso”.

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