Novas medidas de austeridade vão ter que ser tomadas em Portugal. Esta é a previsão feita hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que publicou o relatório habitual sobre economia portuguesa. Estas medidas são necessárias para que o país cumpra os objetivos orçamentais.

Para além das medidas previstas no programa da “troika”, Portugal vai ter mesmo que adotar novas mais medidas de consolidação orçamental. Ainda assim, a OCDE afirma que o nosso país fez uma “grande consolidação orçamental” no ano passado, mas que essa consolidação orçamental será maior no corrente ano.

A OCDE aconselha o Governo a não fugir do programa da “troika” e mesmo assim, ir um pouco mais longe que esse programa. Isto porque a previsão aponta para que o PIB se retraia 3,2 por cento este ano e para 2013 a previsão é de voltar a cair 0,9 por cento. “Cumprir as metas oficiais (…) vai exigir medidas de consolidação orçamental para lá das previstas no programa” da “troika”, escreve a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico no seu relatório.

Mas este cenário já foi afastado várias vezes pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, negando sempre que o Governo tenha que aplicar mais medidas de consolidação orçamental.

O que é facto, é que este relatório da OCDE traça uma previsão bem mais negra que o próprio Governo. A concretizarem-se as previsões da OCDE, Portugal pode ver o seu PIB com um défice de 4,6 por cento este ano e 3,5 por cento em 2013. O Governo português tinha apontado 4,5 por cento e três por cento respetivamente.

A economia da zona euro também não está a ajudar. A OCDE admite que a economia recue 0,1 por cento no corrente ano e que cresça apenas 0,9 por cento no próximo ano.