A obra da Portugal Telecom, será a nova central de dados da empresa de telecomunicações, situada na região da Covilhã.
Segundo a agência Lusa, os cerca de 60 homens de etnia africana e luso-descendentes prestam serviços de armadores de ferro à empresa Açomonta e foram colocados naquele armazém desde o início de maio.
Os trabalhadores têm feito inúmeras queixas e reclamações, mas a empresa Açomonta parece, “não querer saber”.
O responsável comercial da empresa, António Reboucho afirma ao ‘Jornal do Fundão’ que já denunciou o caso e que a firma é “alheia à situação” e neste momento está a unir todos os esforços “para alojar as pessoas em casas”.
O armazém fica a cerca de sete quilómetros da obra, todo o espaço é aberto, ocupado com camas com aspeto degrado, o piso nem sequer está acabado, apenas com cimento tosco, não existe um armário para arrumações e os homens queixam-se de entrada de ar, o qual provoca frio, pulgas e ainda faltas de condições de higiene, com apenas uma casa de banho, na qual a água já não passa há cerca de cinco dias.
Também existem falhas na alimentação, os trabalhadores reclamam ainda a falta de dinheiro, pois muito enviam a grande parte deste para as suas famílias.
Deparada com a notícia a PT mostrou-se repudiada com a situação dos trabalhadores da obra. Num comunicado a empresa de telecomunicações afirma estar “surpreendida “ com as alegadas as alegadas condições deploráveis de alojamento de um grupo de trabalhadores da construção civil supostamente ao serviço de uma empresa de construção civil subcontratada para a empreitada de construção do novo ‘data center’ na Covilhã” e mostrou-se disponível em acionar todos os mecanismos para travar a situação penosa dos cerca de cinquenta homens.
A Câmara Municipal da Covilhã e a Autoridade para a Inspeção do Trabalho dizem já estar a acompanhar a situação. Conforme, Paulo Rosa, vereador com o pelouro da Área Social na Câmara da Covilhã, já foram feitos contatos pelo município para apurar o sucedido, “Este é um caso da inspeção de trabalho, mas causa-nos muita preocupação”, referiu, citado pela agência Lusa.
Acrescenta ainda, “cabe às entidades competentes atuar, mas tudo faremos para que seja alterado o estado de coisas”, frisou, aguardando agora pelo apuramento em curso.
Já, Aires Duarte, sub-diretor da unidade local da Covilhã da Autoridades para as Condições do Trabalho (ACT), declarou à agência Lusa na passada quarta-feira que ainda hoje iria ser realizada uma inspeção ao local. “Pela lei, os trabalhadores deslocados têm que ter condições similares às da habitação própria” e “há regulamentos próprios para alojamentos e condições sanitárias”, afirmou.
Se forem “colocados noutro sítio qualquer em condições indignas, trata-se de uma violação grosseira da lei”, rematou.
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