Cultura

Óbito de José Niza: O adeus, o ficarmos sós

jose_nizaO músico e compositor José Niza, autor da letra da célebre música ‘E Depois do Adeus’, faleceu hoje, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Homem de artes e de causas, dedicou a vida à cultura, à cidadania, causas que abraçou. Escreveu a letra que serviu de senha para a Revolução dos Cravos.

Dois dias depois da morte do mestre Júlio Resende, a Cultura portuguesa perde hoje mais um nome de referência. O músico e compositor José Niza faleceu, por motivos que ainda não são conhecidos.

Apesar de se encontrar debilitado – estava internado no Hospital de Santa Maria –, José Niza continuava a desenvolver a sua arte. Segundo revela à TSF Manuel Alegre, amigo do autor, Niza estava a escrever mais uma obra literária. A morte surpreendeu as pessoas que com ele conviveram, nos últimos dias.

José Niza dedicou a vida à arte, sobretudo à música e à escrita. É o autor da letra da música ‘E Depois do Adeus’, tema que serviu de senha para o início da Revolução do 25 de abril de 1974.

Assumiu um papel relevante nos bastidores da construção da Liberdade. E abriu caminho para desenvolver as suas causas. Além da forte intervenção cívica que lhe é reconhecida, fez uma incursão pela política, como deputado do Partido Socialista, em 1977 e 1978, eleito por Santarém.

Formado em Medicina, teve um percurso profissional rico, sempre ligado à sua paixão: a música. O cargo de diretor de programas que desempenhou na televisão pública, mais tarde, serviu para proteger esta arte. Regressa à política em 1985, com a finalidade de desenvolver a Cultura.

A música e a defesa dos autores portugueses foram a sua grande batalha, como político, função que desempenhou com esses únicos objetivos.

As aparições públicas mais recentes deram-se em 2006, quando surgiu ao lado do seu amigo Manuel Alegre, como mandatário nas Eleições Presidenciais. Morre com 75 anos, deixando por terminar o livro que estava a escrever. Como escreveu Niza, chega “o adeus, o ficarmos sós”.

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