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O testemunho angustiante do pai do menino que caiu no poço (com vídeo)

José Rocío, o pai do menino de 2 anos que caiu num poço em Totalán, Málaga (Espanha), fez um relato angustiante do acidente e apontou o dedo às autoridades pela alegada lentidão nas operações de socorro.

O poço deveria estar “tapado com duas pedras”, mas as mesmas não se encontravam no local. E a tragédia aconteceu, com o pequeno Julen a cair num poço com uma profundidade estimada de 107 metros e 20 centímetros de diâmetro.

“Quando vi que estava perto, corri atrás dele. A minha prima estava mais perto. Quando ela se lançou ao chão eu aproximei-me da boca [do poço]… Não estava… Ouvi-o a chorar mas logo deixei de o ouvir”, contou.

O tom deste pai reflete uma dor e um desespero inimagináveis.

“Só lhe pude fizer ‘Julen, tem calma, o papá está aqui e o irmãozito vai-nos ajudar'”, acrescentou.

José Rocío lamentou que a onda solidária que varre as redes sociais espanholas não se tenha refletido nas operações de resgate.

“Há muitos posts de apoio nas redes sociais, mas nenhuns meios no terreno”, criticou.

Os desabafos continuaram a ser de cortar a respiração.

“Estou aqui há dois dias e parece que estou há um mês”.

“Sei que estão a trabalhar sem parar, mas as regiões pobres não têm meios. Só têm umas cordas”, acusou: “Eu preciso que venham meios para aqui, para libertarem o meu filho. Faz ideia do que é estar 30 horas à espera que o seu filho seja tirado de um poço?”

A criança caiu no poço no domingo à noite e, falhada uma tentativa para alargar o poço, a nova estratégia passa pela abertura de um túnel.

“O que está a ser feito não é adequado. Não se fez um diagnóstico da área”, denunciou Miguel Ángel Escaño, presidente da Câmara de Totalán, em declarações à rádio Cope.

O autarca fez questão de frisar que se mantém “a expectativa de que a criança ainda esteja com vida”, apesar da corrida contra o tempo.

“Cada minuto que passa é uma perda importante”, insistiu Escaño.

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