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O russo que quer transplantar a cabeça e o italiano Frankenstein

spiridonov O cientista russo Valery Spiridonov, com uma doença em fase terminal, quer ser o primeiro humano a receber um transplante de cabeça. O neurocirurgião italiano Sergio Canavero quer ser o primeiro a conseguir realizar tal operação, pelo que já lhe chamam Dr. Frankenstein.

Pela primeira vez, uma pessoa poderá receber a cabeça de outra pessoa. Valery Spiridonov, um cientista de computação russo de 30 anos, está com uma doença em fase terminal e apresenta-se como voluntário para uma cirurgia inédita: o transplante da cabeça.

A cirurgia tem tanto de inovadora como de desconhecida: afinal, ainda há 45 anos os cientistas tentaram transplantar a cabeça de um macaco, com o animal a morrer oito dias depois. O caso mais recente, segundo o Daily Mail, foi uma tentativa com uma cabeça de rato.

Mas Sergio Canavero, um neurocirurgião italiano que agora é mais famoso como ‘o Dr. Frankenstein’, acredita que conhece os procedimentos para ‘retirar’ a cabeça de Spiridonov e pô-la num outro corpo, saudável, ainda antes do final de 2016.

O paciente russo sofre de amiotrofia espinhal do tipo Werdnig-Hoffman, pelo que diz não ter nada a perder, pois já é “muito triste” estar em fase terminal: “A cada ano que passa o meu estado fica pior”.

Quanto ao médico, explicou à CNN que, apesar de nunca ter sido feito um transplante da cabeça, possui todas as técnicas necessárias. Ainda assim, Sergio Canavero só admite realizar a cirurgia em pacientes que sofram de uma doença que envolva a parte muscular, como acontece com Spiridonov.

Ainda nas contas do neurocirurgião, serão necessários cerca de 150 profissionais de saúde para realizar uma cirurgia com uma duração estimada em 36 horas e um custo avaliado em 10,3 milhões de euros.

Quando ao procedimento, ‘o Dr. Frankenstein’ referiu que é necessário o corpo de um doador em morte cerebral (mas cujos órgãos continuem em bom estado). A cabeça será cortada da medula espinhal com “um corte limpo”, tal como a do paciente russo.

A ‘colagem’ da cabeça de Spiridonov no corpo do doador será feita com polietileno glicol, uma substância que alegadamente permite fundir as duas extremidades da medula espinhal.

O paciente russo ficará em coma por quatro semanas, o tempo necessário para permitir a ‘colagem’ e repor a normalidade na circulação sanguínea. No final desse tempo, Spiridonov poderá acordar e mexer a cabeça. Segundo Sergio Canavero, poderá até falar com a mesma voz que tem agora.

A ideia de um inédito transplante de cabeça levou mesmo o neurocirurgião italiano a ser um dos convidados dos populares programas de conferências TEDx.

https://www.youtube.com/watch?v=_ALCm5tcuaI

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