Para o Papa, as palmadas podem ser substituídas por “docura e firmeza”

A discussão cativa o interesse do Papa Francisco: devem os pais das palmadas nos filhos? Na Praça de São Pedro, no Vaticano, durante a audiência geral, o Santo Padre recorda um diálogo com um pai para responder à pergunta. E fala em “humilhação” e “dignidade”. Um bom pai educa os filhos com “proximidade, doçura e firmeza”.

A discussão sobre a educação de um filho passa sempre por esta questão: devem ou não os pais bater nas crianças, com uma palmada, para mostrar a sua autoridade?

Para o Papa Francisco, devem ser tidos alguns cuidados. As palmadas podem ser necessárias, mas nunca na cara, de acordo com o Papa Franscisco. É uma questão de “dignidade”.

“Recordo uma conversa com um pai, um dia, que me dizia o seguinte: ‘Às vezes, sou obrigado a bater nos meus filhos. Só que nunca bato na cara, para não os humilhar’. Acho que é muito positivo ter esta visão e esta noção de dignidade”, salienta o Santo Padre, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

A questão divide pediatras, pedopsiquiatras, pais, professores e outros educadores.

Para uns, a palmada na criança não entra na esfera da violência gratuita e, por isso, é positiva. Demonstra autoridade.

Para outros, bater nos filhos repercute-se na personalidade e cria pessoas violentas.

Os defensores desta teoria entendem também que a palmada é dispensável.

Todos os argumentos são discutíveis e aceitáveis, em simultâneo.

Para o Papa Francisco, a questão coloca-se de um outro prisma: nenhuma palmada (aceitável) pode pôr em causa a dignidade da criança e representar uma humilhação.

Na opinião do Papa, “os filhos precisam de um pai que os acolha ao voltarem para casa quando fracassam”, mas também de “pais que, às vezes, terão que castigá-los, mas nunca batendo na cara”.

Um bom pai educa os filhos com “proximidade, doçura e firmeza”, continuou ainda Francisco, e alegra-se quando o filho “aprende a ser íntegro e sensato, que é o que importa na vida”.