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“O PS não deixou de ser de confiança”, diz candidata presidencial bloquista

Marisa Matias, candidata à Presidência da República apoiada pelo Bloco de Esquerda, defendeu que o PS “não deixou de ser de confiança”.

A declaração surgiu no rescaldo de uma acesa troca de acusações entre os dois partidos, que começou ainda antes da apresentação do Orçamento de Estado para 2020.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi o principal ponto da discórdia entre PS e BE e é agora uma das bandeiras da candidatura presidencial de Marisa Matias.

“Estou aqui enquanto candidata, mas sou também dirigente do Bloco de Esquerda, por isso assumo as decisões que foram tomadas”, começou por salientar a eurodeputada, na entrevista à Rádio Observador.

Nesta corrida a Belém, a candidata apoiada pelo BE estendeu o braço na direção do PS.

“O PS não deixou de ser de confiança, nem o Bloco cortou relações de forma definitiva com o PS”, afirmou Marisa Matias.

Depois de um extremar de posições entre António Costa e Catarina Martins, a candidata bloquista a Belém insistiu num tom de apaziguamento.

“É possível ter entendimentos diferentes sobre as formas de olhar para os serviços públicos. O PS terá o seu entendimento, não há mal que os partidos se mantenham firmes com os compromissos que assumem”, defendeu.

Marisa Matias tem o apoio do BE numas eleições em que participam mais duas candidaturas de esquerda, Ana Gomes (a socialista não apoiada pelo PS) e João Ferreira (apoiado pelo PCP).

O risco da divisão de votos à esquerda, favorecendo a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa (ex-presidente do PSD), foi desvalorizado pela candidata bloquista.

“Estamos falar de três candidaturas de esquerda, diferentes e que se complementam. É uma forma de mobilizar o eleitorado de esquerda para que participe nestas eleições e que não se demita”, argumentou.

À direita surge também a candidatura de André Ventura, deputado do Chega. Na campanha, Marisa Matias garantiu que não daria posse a um Governo que tivesse o apoio de Ventura, rejeitando as acusações de que tal seria ultrapassar os direitos presidenciais.

“Seria o Presidente a cumprir a Constituição”, insistiu.

Sobre o tema que tem marcado a agenda política, a morte de um cidadão ucraniano nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em março, a candidata bloquista a Belém criticou a atuação do atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, por ter defendido uma eventual extinção do SEF.

“O Presidente ultrapassou as suas funções ao promover encontros sobre futuro do SEF”, atirou Marisa Matias, considerando ainda “vergonhoso” o comportamento do Governo em todo o processo.

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