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“O problema” dos militares é o protocolo, defende Assunção Esteves

assuncao estevessalgueiro maia bigOs militares têm um “problema”, segundo a presidente da Assembleia da República: “não existe” no protocolo a possibilidade de intervirem nas cerimónias do 25 de Abril. “Todos os anos há convite”, diz Assunção Esteves, mas se exigirem falar “o problema é deles”.

A presidente da Assembleia da República não quer comentar a reivindicação da Associação 25 de Abril, que exige a possibilidade de intervir para estar presente nas cerimónias comemorativas dos 40 anos do 25 de Abril.

Para Assunção Esteves, o assunto está resolvido porque nunca houve qualquer assunto: se os militares não quiserem estar presentes “o problema é deles”, afirmou.

“Todos os anos há convite à Associação 25 de Abril”, lembrou a segunda figura da nação, continuando: “este ano houve novo convite, o resto não existe, não comento o que não existe”.

O “resto” é a exigência, por parte dos militares, de poderem usar da palavra durante a cerimónia oficial.

“O problema é deles”, respondeu Assunção Esteves, após a insistência dos jornalistas.

“Houve um convite para virem ao Parlamento, só”, reforçou a presidente, lembrando que no protocolo não consta qualquer referência à intervenção de militares durante a sessão solene.

Com o mesmo argumento, Assunção Esteves recusou debater o tema na conferência de líderes, mas também nenhum partido apresentou um agendamento da questão.

A exigência foi apresentada por Vasco Lourenço,  presidente da Associação 25 de Abril, sob a ameaça dos militares não comparecerem nas cerimónias oficiais, mantendo o boicote dos últimos dois anos.

O protocolo só prevê uma intervenção por cada bancada parlamentar e dos presidentes da República, Cavaco Silva, e da Assembleia, Assunção Esteves.

“Os regulamentos são feitos para se alterarem quando é necessário”, respondeu o ‘capitão de Abril’: “se é uma situação excepcional, em que dizem que nós somos imprescindíveis naquela sessão solene, então haja uma decisão excepcional”.

Vasco Lourenço vai aguardar que Assunção Esteves lhe diga o mesmo que falou, hoje, aos jornalistas: “a senhora presidente da Assembleia da República fez-me um convite telefonicamente. Eu disse quais as condições em que nós iríamos, ela ficou de nos dizer alguma coisa e ainda não disse”.

O representante dos militares garante que não vai aceitar a ‘desculpa’ do protocolo.

“Já houve não parlamentares que falaram no plenário da Assembleia da República, presidentes de países estrangeiros já falaram”, apesar dessas possibilidades não constarem no regimento da Assembleia da República, lembrou Vasco Lourenço.

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