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O “paraíso” está longe, avisa Passos Coelho: “temos um longo caminho pela frente”

passos coelho parl Passos Coelho foi à Grécia ver como o país aplica a receita da troika e deixou um alerta aos portugueses. “Não atingimos o paraíso”, pois ainda falta “um longo caminho pela frente”. A vantagem, diz o primeiro-ministro, é que “agora podemos percorrê-lo pelos nossos pés”.

Na Grécia, ainda sob a intervenção da troika, Passos Coelho frisou que o programa de assistência económica e financeira não tornou Portugal num “paraíso”. Embora falasse para os gregos, o recado do primeiro-ministro destinava-se ao consumo interno, sendo dirigido aos que defendem um abrandamento da austeridade.

“Não atingimos o paraíso”, afirmou Passos Coelho, discursando em inglês: “sabemos que temos um longo caminho pela frente, mas agora podemos percorrê-lo pelos nossos próprios pés, decidindo nós mesmo o que é melhor”.

Para os gregos, deixou uma garantia sobre essa ‘independência’ nas decisões: “isso faz toda a diferença, como podem imaginar”.

O primeiro-ministro português, convidado pelo homólogo grego, Antonis Samaras, a explicar o que trouxe a receita da troika em Portugal, argumentou que “os sacrifícios faziam sentido”, apesar dos efeitos positivos (citou o crescimento económico e a queda na taxa de desemprego) só agora começarem a aparecer.

“Também por experiência própria”, Passos Coelho quis deixar “uma palavra de solidariedade” para como o povo grego, que ainda enfrenta as reformas exigidas pela troika em nome de “uma base forte para um futuro sustentável”.

Prometendo que Portugal vai cumprir as metas definidas para o défice (quatro por cento este ano e 2,5 por cento no próximo), o governante frisou o cumprimento integral do memorando de entendimento com a troika como condição essencial para que a economia nacional tivesse voltado aos mercados sem programa cautelar ou segundo resgate.

Na resposta, Antonis Samaras defendeu “que, em breve, a Grécia estará em condições de fazer exactamente o mesmo que Irlanda e Portugal fizeram”: cumprir as ordens da troika até que o programa termine e a economia grega possa regressar aos mercados.

“Queremos igualar Irlanda e Portugal”, reforçou o governante helénico.

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