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O novo défice: Passos vê oportunidade, oposição vê um rombo

Onde a oposição vê um buraco (os 7,2 por cento de défice), Pedro Passos Coelho vê uma oportunidade de o Estado encaixar dinheiro em juros. Em causa, o atraso na venda do Novo Banco e o empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução.

O atraso na venda do Novo Banco teve impacto nos números do défice, divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística: 7,2 por cento do PIB, por culpa da injeção de 4,9 mil milhões de euros no Fundo de Resolução.

A oposição criticou o Governo pelo que chama de “buraco” nas contas públicas, mas o líder da coligação tem outra perspetiva.

Uma vez que o empréstimo do Estado permite capitalizar juros, um atraso na venda do banco trará lucros acrescidos ao tesouro, segundo o líder da coligação.

“Quanto mais tempo demorar a vender o Novo Banco, mais juros o Estado recebe desse empréstimo”, destacou Pedro Passos Coelho, em Arcos de Valdevez, durante uma ação de campanha do PSD e do CDS-PP.

O chefe do Governo defendeu ainda que este agravamento do défice “não tem qualquer impacto no dia-a-dia dos portugueses”, nem obrigará à tomada de medidas adicionais.

Porém, na análise aos mesmos números do INE, a oposição tem uma visão distinta. Em Aveiro, o cabeça de lista socialista daquele distrito, Pedro Nuno Santos, defendeu que o Governo “voltou a falhar as previsões do défice”.

“Pedro Passos Coelho falhou as metas orçamentais em todos os anos do mandato e agora tem de assumir as suas responsabilidades. O primeiro-ministro tem de explicar aos portugueses é para que é que serviu a austeridade”, acusou.

O Bloco de Esquerda também fala em “falhanço” do Governo, enquanto Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, aproveita a deixa para apontar o dedo à política da troika.

“Os dois grandes argumentos para chamar a troika eram a dívida e o défice. Com estes dados, qual é a grande lição a tirar? Este caminho não resolve nada, antes pelo contrário, apenas afunda o país”, disse, citado pelo jornal Público.

Apesar das palavras otimistas e despreocupadas de Pedro Passos Coelho, é ponto assente que a oposição irá utilizar os números do INE durante a campanha.

Aliás, Catarina Martins, porta-voz do Bloco, já utilizara este tema ontem à noite, na véspera da divulgação do défice, perspetivando a derrapagem provocada pelo congelamento da venda do Novo Banco.

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