Nas Notícias

O Muro de Berlim caiu há 25 anos, mas ainda há blocos à venda

queda do muro A 9 de novembro de 1989, as Alemanhas partiram o Muro de Berlim, dando o primeiro passo para a reunificação. Passados 25 anos, ainda há pedaços de História à venda, como um bloco do muro, por 254 euros. No Alentejo vive um ucraniano com muitos ‘souvenirs’ desse tempo.

Durante quase todo o ano de 1989, a Europa estava dividida em duas por uma ‘cortina de ferro’: o Muro de Berlim.

No próximo domingo, 9 de novembro, cumprem-se 25 anos desde a queda do Muro, considerado o início do fim da Guerra Fria, que opunha a Europa ocidental (aliada na NATO) à Europa oriental (no Pacto de Varsóvia).

Apesar de ter passado um quarto de século, ainda há muitos pedaços de História à venda. Pedaços, literalmente: em vários sites (como o conhecido eBay) há pedaços de pedra, alegadamente blocos do Muro de Berlim, com as dimensões mais variadas e a preços diversos.

Numa pesquisa no eBay, a Lusa encontrou mais de 3500 resultados alusivos ao antigo ‘muro da vergonha’. Uns têm até certificados de autenticidade.

A maioria desses pedaços de História pode ser comprada a preços módicos, mas há um bloco, pintado de laranja, pelo qual o vendedor (um alemão) pede 254 euros.

Para além do Muro de Berlim, há milhares de artigos relativos ao ‘outro lado’, a Alemanha que era controlada pela antiga superpotência União Soviética (URSS).

É o caso dos pins usados pelos elementos da Stasi, a antiga polícia secreta da RDA, a parte alemã da URSS.

Uma placa de fronteira entre as duas Alemanhas está à venda por 218,75 euros, apesar do mau estado, e um salvo conduto entre os dois lados, cuja licitação começou nos 15 euros e continua a subir.

Mas não é preciso ir até Berlim para encontrar dessas memórias. Aliás, nem é preciso sair de Portugal…

Um ucraniano, que a Lusa identificou apenas como Sergei, está registado como vendedor no portal nacional OLX, no qual existem mais de 300 artigos alusivos à ex-URSS.

Residente em Reguengos de Monsaraz, Sergei vende relógios de bolso e máquinas fotográficas. 

Há vários anos que vive no Alentejo, após ter fechado as três lojas de antiguidades e velharias que chegou a ter na Ucrânia.

É esse espólio que o ucraniano tem vendido na internet e em feiras de velharias na região, entre Estremoz e a fronteira em Badajoz.

“Há três, quatro anos, vendia 10 máquinas [fotográficas] por mês. Agora, vendo duas ou três, as pessoas não têm dinheiro”, comentou.

Para venda há relógios da marca Molnia (empresa russa fundada em 1947, que tinha como principal cliente o departamento de defesa da ex-URSS), alguns dos quais anunciados como modelos “extremamente raros” e com preços que variam entre os 60 e 80 euros.

Nas máquinas fotográficas, Sergei destaca uma Lomo Lyubitel, produzida pela fábrica Gomz, fundada em 1932 perto de Leninegrado (atual São Petersburgo), à venda por 70 euros, ou, entre várias outras , uma Photosniper “em excelentes condições”, por ser um modelo “histórico e raro” da década de 1970: por este pede 250 euros.

Em destaque

Subir