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O livre-arbítrio

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Por: Diana Camões

Um dos maiores problemas que preocupa a filosofia e os filósofos é a liberdade. Será que eu me posso considerar livre? Será que existe liberdade? Somos livres ao ponto de conseguirmos fazer o que queremos? Ao colocarmos a questão nestes termos iremos entender que não somos livres: eu posso querer voar, mas será que tenho a capacidade para isso? Não.

Será que somos livres? Será que podemos dizer que vivemos em plena liberdade?

O ser humano está sempre condicionado e limitado por determinados factores. As condicionantes da ação humana são os factores que limitam, influenciam ou direcionam as escolhas que fazemos. Existem duas grandes ordens de fatores condicionantes da ação humana: as condicionantes físico-biológicos e as condicionantes histórico-culturais. Por exemplo, um menino pode ter o sonho de ser jogador de futebol, mas por azar o menino em causa tem uma deficiência que o impede de praticar desporto, será que ele escolheu ter uma deficiência que o impede de praticar desporto? É óbvio que não, mas este fator biológico condiciona-lhe o seu possível sonho. O tipo de sociedade e o momento histórico em que vivemos, a cultura que interiorizamos, o regime politico existente também são condicionantes histórico-culturais, que condicionam a ação humana. Serão as nossas ações realmente livres?

Em filosofia usamos a expressão “livre-arbítrio” para nos referirmos à capacidade de decidir sobre as nossas ações. Será que podemos ser determinados e livres ao mesmo tempo? Será que estamos sempre condicionados a fazer algo, ou será que o fazemos por vontade própria? O determinismo radical e o libertismo são teorias incompatibilistas, que defendem que não podemos compartilhar o determinismo radical com o livre-arbítrio, ou seja, não podemos ser simultaneamente livres e determinados. O determinismo radical é a teoria segundo a qual tudo está determinado e não temos livre-arbítrio. O determinismo é incompatível com o livre-arbítrio. Para um determinista radical, no momento da escolha, o agente em causa apenas tem uma decisão em aberto. A sua decisão é o efeito inevitável de um conjunto de factores que o antecedem. Por outro lado, o libertismo é a teoria segundo a qual nem tudo está determinado e temos livre-arbítrio. Os libertistas afirmam que os seres humanos transcendem as leis da natureza, uma vez que a nossa razão escolhe livremente escapando assim à causalidade universal. Por fim, temos o compatibilismo. O compatibilismo é a teoria que defende que tudo no universo está determinado, mas acreditam que isso não nos retira o livre-arbítrio

O que é a liberdade então? Será que a nossa sociedade pode afirmar que somos livres? Será que somos seres reais?

Costumo dedicar algum tempo a pensar sobre filosofia. Chego à conclusão de que, atualmente, os jovens são completamente desinteressados sobre o que realmente importa. Como é possível que alguns digam que estamos a perder o nosso tempo a ter filosofia? Se não for a filosofia, que outra disciplina nos vai ensinar a pensar como seres humanos? (…) O nosso cérebro está tão digitalizado por aqueles que nos controlam, mesmo sem nós sabermos. Quem é criado para ser “rato de laboratório” não pode mudar isso, visto que hoje somos formatados para pensar e ser de forma unívoca. É assim tão difícil ir além da lógica? Talvez seja, quando vivemos num mundo tão aberto à ignorância, onde as pessoas são verdadeiras máquinas. Nós somos como computadores, visto que somos controlados pela tecnologia, os computadores não podem ter opinião pessoal, visto que não têm sabedoria própria. Hoje em dia, o importante é tirar boas notas, mas será que por termos boas notas poderemos ser considerados pessoas inteligentes? A escola ensina-nos a memorizar. No final do 12ºano o que será que levaremos na nossa cabeça, que educação é que teremos? Apenas teremos um certificado que nos dirá o quão boa é a nossa memória. De que vale ter uma média de 18 quando somos tão ignorantes? Mas afinal será que eu sou livre? Quem sou eu afinal? Será que serei mais uma máquina na nossa sociedade?

Nós estamos muito longe de ser livres, hoje em dia estamos tão presos ao que nos é imposto, raras são as pessoas que têm um pensamento próprio. Estamos presos nesta realidade e achamos que somos perfeitos, mas quem nos garante que não haverá alguém a rir-se da nossa ignorância? Não somos livres, apesar de acharmos que somos – pura ilusão! Seja na música, na religião ou até mesmo no governo, a uniformidade tende a impor-se.

Será que somos livres?

Será que o que vivemos agora é real?

Quem nos confirma que não estamos apenas a sonhar?

Será que sabemos o que é realmente a liberdade?

O que é a liberdade então?

Será que conseguimos fazer tudo o que queremos?

Será que achamos que a vida é injusta porque estamos em certo ponto condicionados?

Queremos saber a resposta a estas questões?

Queremos mesmo? Então, porque é que ignoramos a filosofia? Será que achamos que a filosofia não tem sentido? Porquê? Será que a ciência nos diz a verdade?

Vamos tentar ir além da lógica. Pensemos. Se não der resultado, pensemos outra vez. Pensemos até nos sentirmos realmente livres, pensemos por nós próprios, Afinal, somos seres humanos em busca de um sentido para a existência.

Mas será que somos realmente lives? O que é a liberdade então para nós?

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