O aluno, considerado “estranho” pelos colegas, que matou a professora à facada, em abril, foi finalmente identificado. O juiz que leu a condenação à prisão perpétua levantou as restrições legais à identificação, permitindo à polícia de Leeds revelar o nome do homicida: Will Cornick.
Só hoje foi revelado o nome que mais mistério tem suscitado em Inglaterra: o do aluno de 15 anos (tem agora 16) que, a 28 de abril de 2013, esfaqueou a professora em plena sala de aula.
Chama-se Will Cornick. Tem 16 anos, mas à data do ato tinha 15.
A identidade foi revelada pela polícia de Leeds depois do juiz responsável pelo processo, Peter Coulson, ter levantado as restrições legais, uma vez que o criminoso era (ainda é, mas neste ponto importa a idade à data do ato) menor de idade.
A lei britânica impede a divulgação de dados referentes a menores de idade, mas o facto de Will Cornick não mostrar remorsos e até sentir “orgulho” pelo homicídio levou o tribunal a levantar as restrições.
Foi a 28 de abril do ano passado que o adolescente, considerado “estranho” pelos restantes alunos, atacou a professora Ann Maguire na sala de aula, esfaqueando-a no pescoço com sete golpes.
A docente ainda foi levada para o hospital, onde veio a falecer, enquanto Cornick era imobilizado por funcionários da escola, que o detiveram até ser entregue à polícia.
Ontem, o tribunal de Leeds condenou o rapaz à pena de prisão perpétua, considerando “altamente grotescos” a falta de remorsos e, em especial, o orgulho pelo homicídio.
O juiz Peter Coulson revelou mesmo que o adolescente, considerado “estranho” pelos restantes alunos do colégio, manifestou “um sentimento de orgulho” durante a avaliação psiquiátrica.
A pena de prisão é perpétua e implica um mínimo efetivo de 20 anos. Há a hipótese de, findo esse período, o adolescente tentar obter a condicional, mas Peter Coulson acrescentou ser “quase impossível que esse dia chegue”.
No julgamento, Cornick declarou-se culpado e assumiu estar a planear ataques a outros funcionários da escola, incluindo a uma mulher grávida à qual pretenderia “matar o feto”.
O procurador Paul Greaney realçou que os próprios pais do agressor “não entendem” os motivos para a atuação do filho.
A vítima, Ann Maguire, de 61 anos, exercia há pelo menos quatro décadas e era descrita como “uma segunda mãe” para muitos dos alunos, sendo ainda uma “mulher doce e adorável”.
“Nós nunca vamos recuperar desta angústia e dor”, afirmou a irmã, Denise Courtney, à saída da audiência: “Nenhum castigo pode alguma vez compensar a perda da vida de Ann”.
Na altura do atentado, vários alunos salientaram que, na semana anterior, o agressor tinha sido recriminado pela professora.