Longe vão os tempos em que Richard Norris, o homem sem rosto, se escondia numa máscara. Foi capa da GQ, conceituada revista de moda. Norris, sujeito a um transplante facial, em 2002, ‘recuperou a identidade’ e a autoestima.
O norte-americano recebeu uma nova face em 2012. Então com 37 anos, Richard Norris submeteu-se ao maior transplante realizado até hoje, numa operação que durou 36 horas.
O ex-soldado foi submetido a este transplante facial na Universidade de Maryland (EUA), tendo-lhe sido implantados parte da face, mandíbula, parte da língua e dentes.
Uma semana após a intervenção cirúrgica, o paciente tem evidenciado sinais de boa evolução e recuperou alguma sensibilidade e movimentos faciais.
Segundo a universidade, o caso do ex-soldado estava em análise desde 2005, ano em que a França realizou o primeiro transplante de rosto.
A Marinha dos EUA contribuiu para o financiamento da intervenção cirúrgica, com o intuito de auxiliar a evolução técnica destas operações para poder, a breve prazo, tratar soldados: estima-se que mais de 200 militares norte-americanos necessitem de transplantes faciais.
Richard Lee Norris vivia ‘escondido’ por uma máscara desde que, em 1997, sofreu um acidente com uma arma de fogo.
Além da cara desfigurada, o norte-americano perdeu os lábios, o nariz e alguns movimentos na boca.
“O objetivo é restaurar as funções e ter resultados estéticos satisfatórios”, admitiu o chefe de cirurgia plástica reconstrutiva do centro de traumas do hospital da universidade, Eduardo Rodríguez.
E a história deste ex-soldado voltou à atualidade, com Richard Norris a ser capa da GQ, uma das mais conceituadas revistas de moda de todo o mundo.
O tiro que lhe roubou o rosto foi disparado por acidente, depois de uma discussão com a mãe. Norris apontou a arma a pescoço e ameaçou disparar, mas não era essa a sua intenção.
Porém, carregou no gatilho sem querer e perdeu parte do rosto. Entretanto, lutou contra a embriaguez e a toxicodependência. Lutou contra o desejo de morrer.
Passou da vergonha de se mostrar ao mundo para a forma mais simbólica de o fazer: ser capa de uma revista.