Vítor Gaspar responsabiliza o Governo de José Sócrates pela “situação extremamente fragilizada” em que Portugal teve de pedir o resgate à troika e diz mesmo que “o Governo português negociou mal”. O PS, responde Fernando Medina, recusa-se a ser o “bode expiatório”.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, responsabilizou hoje o Governo anterior, liderado pelo socialista José Sócrates, de ter adiado o pedido de resgate até Portugal ficar numa “situação extremamente fragilizada”. A acusação foi realizada durante a audição do governante na comissão parlamentar de acompanhamento do programa de ajustamento português.
“O Governo português negociou mal, numa situação extremamente fragilizada”, afirmou Vítor Gaspar. Como José Sócrates “negou a possibilidade de resgate até ao último momento”, foi perdendo margem de manobra para negociar com a troika e “fragilizou o país”.
Como argumentos, o ministro das Finanças salientou que o plano de pagamento da dívida ficou demasiado concentrado entre 2016 e 2021, para além das taxas de juro dos empréstimos iniciais terem sido elevadas.
A acusação escandalizou o PS. “A única coisa que interessa ao Governo é arranjar um bode expiatório”, resumiu o deputado Fernando Medina, argumentando que o ministro das Finanças, como o resto do Governo, “já não está a tratar do país, está a tratar da narrativa da sua saída”.