O funeral de Ricardo III, morto há 500 anos, começou ontem (vídeo)

Por uma semana, a Inglaterra recuou 500 anos no tempo. O último Rei da Casa de Iorque, Ricardo III, vai ser sepultado na próxima quinta-feira, quando o cortejo fúnebre ontem iniciado chegar à Catedral de Leicester. Sobre ele, disse Shakespeare: “Era tão feio que até os cães ladravam à sua passagem”.

Morto (oficialmente) a 22 de agosto de 1485, Ricardo III, o último Rei de Inglaterra nascido na Casa de Iorque (e o último da dinastia Plantageneta), vai ser sepultado na próxima quinta-feira, na Catedral de Leicester.

Até lá, os restos mortais do monarca vão cumprir um longo cortejo fúnebre, que ontem teve início na Universidade de Leicester e pernoita em Fenn Lane, uma quinta situada em Leicestershire.

A morte de Ricardo III continua envolta em mistério, apesar de ter ocorrido há mais de 500 anos. O Rei de Inglaterra entre 1483 e 1485 foi derrotado na batalha de Bosworth Field, quando tinha 32 anos.

Essa batalha levou ao fim do domínio da Casa de Iorque, com Henrique Tudor a assumir o poder. Henrique VII, o primeiro Rei da casa de Tudor, mandou enterrar o antecessor sem honra nem glória junto a uma igreja franciscana, posteriormente demolida.

Cinco séculos depois, os restos mortais de Ricardo III, o monarca que “era tão feio que até os cães ladravam à sua passagem” (foi William Shakespeare quem o disse), foram encontrados durante umas obras num parque de estacionamento em Leicester.

A identidade do cadáver foi confirmada por exames de ADN, através da comparação com descendentes, e por uma vasta documentação histórica e genealógica. O complexo trabalho de investigação, realizado uma equipa de historiadores e de arqueólogos da Universidade de Leicester, foi coordenado por Richard Buckley.

Os mesmos exames de ADN revelaram que o “sapo corcunda” (mais uma vez, foi Shakespeare quem o disse) sofria de escoliose (um desvio da coluna vertebral). Daí que o mais famoso bardo inglês apelidasse o Rei de “deformado”, “coxo” e “braço mirrado”.

Até quinta-feira, o cortejo fúnebre vai passar por vários locais de importância histórica durante o curto reinado de Ricardo III.