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O felpudo coala pode ser a próxima vítima do aquecimento na Austrália

coala210coalaO aumento da temperatura está a ameaçar a sobrevivência dos coalas. Um estudo ontem apresentado acompanhou 40 coalas e revelou que um quarto do grupo morreu durante a onda de calor na Austrália em 2009. Estes marsupiais precisam de árvores mais altas e seguras.

Um estudo científico ontem apresentado demonstrou a relação direta entre a sobrevivência dos coalas e o aquecimento global. Durante três anos, os investigadores acompanharam um grupo de 40 exemplares, na Austrália, e observou que um quarto do grupo morreu durante a onda de calor registada em 2009.

Mathew Crowther, da Universidade de Sidnei, destaca a importância de medidas “urgentes” para salvaguardar a sobrevivência dos coalas, em especial através da reflorestação. De acordo com o coordenador do estudo, começam a rarear as árvores capazes de proporcionar abrigo, na altura do calor, e alimento.

“O estudo confirmou que os coalas se abrigam durante o dia em diferentes tipos de árvores e que se alimentam nos eucaliptos durante a noite. Descobrimos que quanto mais quente é durante o dia, mais os coalas tendem a procurar árvores maiores e com folhagens mais densas para tentar escapar daquelas temperaturas”, resumiu o investigador.

Para o felpudo coala, um dos símbolos da Austrália, o aumento das temperaturas apenas vem agravar os problemas que já eram causados pela desflorestação e pelos incêndios: em 2009, na sequência da onda de calor, o país registou uma dramática ocorrência de fogos que ficou conhecida como o ‘sábado negro’.

“É preciso dar uma ênfase urgente à preservação das árvores mais altas e seguras e à plantação tanto de árvores que servem de alimento como de abrigo, especialmente em áreas mais protegidas, para tentar mitigar o impacto das altas temperaturas. Assegurar que um habitat tenha uma boa provisão de árvores alimentícias e proteger os coalas dos predadores não é suficiente para assegurar a sua sobrevivência”, argumentou Mathew Crowther.

Os avisos surgem poucos dias depois do ‘think tank’ Climate Council ter calculado que o mês de setembro foi o mais quente de sempre na Austrália, com as temperaturas médias a subirem 2,75 graus face à média de longo prazo. Ontem, foi o Instituto de Meterologia australiano a antecipar que 2013 será o ano mais quente de sempre, superando o recorde de 2005.

Esta investigação sobre os hábitos dos coalas ganhou especial relevo por ser uma espécie difícil de monitorizar, dado viverem no topo das árvores. As estimativas apontam para que existam cerca de 43 mil exemplares, uma ‘migalha’ dos 10 milhões que se supõe que existiam quando os primeiros colonos britânicos chegaram à Austrália, em 1788.

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