Aquele divorciado louco que levou à letra a partilha de bens e decidiu serrar todos os bens é… uma personagem de uma campanha de marketing de guerrilha, que enganou jornais e canais de televisão. Os artigos foram colocados no eBay, é certo, mas para dar credibilidade a uma história falsa. Veja o vídeo, recorde o episódio e saiba quais as razões que estão por detrás desta mentira.
Este não é o primeiro nem o segundo caso. E não será o último. Com efeito, enganar o leitor de forma premeditada é o objetivo de algumas empresas, que usam o marketing de guerrilha como estratégia.
Foi o que sucedeu com o (falso) noivo alegadamente triste com um (falso) divórcio e a (falsa) decisão de um juiz que determinou uma (falsa) divisão de partilhas de bens.
A imprensa deve fazer um mea culpa. Quando as redes sociais são a sua fonte e há uma febre em publicar a informação sem garantias de que é fidedigna, corre-se o risco de enganar o leitor – sem que esse seja o objetivo, como é óbvio.
De acordo com esta história inventada, um alemão cortou todos os bens em comum: a caixa do correio, os ursos de peluche, o iPhone, o computador, o sofá, a bicicleta, o capacete, o telefone, os discos de vinil, tudo. Até um Opel Corsa ficou dividido em dois. Depois, colocou a sua metade à venda no eBay.
O vídeo da ‘partilha de bens’, resultado do falso divórcio do alemão Martin e da sua mulher Laura, contabilizou mais de cinco milhões de visualizações no YouTube.
Apesar de estranha, a história tinha detalhes que lhe concediam realismo. Em primeiro lugar, os bens estavam realmente à venda no YouTube. Por outro lado, jornais de referência divulgaram o caso, que chegou até às televisões.
Sabe-se agora, segundo a revista alemã Suddeutsche Zeitung, que este divórcio nunca existiu e que o vídeo faz parte de uma campanha publicitária levada a cabo por uma associação de advogados alemã, com o objetivo de alertar as pessoas para uma realidade: o pouco conhecimento e falta de preparação para um caso de separação.
Recorde aqui o vídeo chamado “für Laura”:
