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Nutricionistas alertam para importância de pequeno-almoço diário e com fruta nas crianças

A bastonária dos nutricionistas diz que as crianças devem fazer diariamente um pequeno-almoço que inclua fruta, que segundo um estudo hoje divulgado apenas faz parte da primeira refeição de 17 por cento dos mais pequenos.

Em declarações à agência Lusa a propósito de um estudo que indica que 99,6 por cento das crianças inquiridas tomam o pequeno-almoço em casa, a maior parte com leite e pão ou cereais com leite, e que apenas 17 por cento come fruta nesta refeição, Alexandra Bento sublinha a importância de a fruta fazer sempre parte da primeira refeição do dia.

Sublinhando que os dados deste estudo contrariam informações disponíveis de outras investigações, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas afirma: “Apesar destes dados, sabemos que há crianças mais carenciadas, provenientes de famílias com mais dificuldades económicas, que vão para a escola sem pequeno almoço”.

“O pequeno-almoço deve integrar vários grupos de alimentos (…) e a fruta deveria estar presente no pequeno almoço de todas as crianças”, afirmou a responsável.

Segundo os dados recolhidos por este estudo, que incluiu inquéritos presenciais a 1.086 pais/cuidadores de crianças dos três aos 10 anos de idade em Portugal continental e na Madeira, 99,6 por cento das crianças abrangidas tomam pequeno almoço diariamente, mas apenas 17 por cento consome fruta a esta refeição.

Diz também que mais de metade das crianças abrangidas (57,2 por cento) bebe leite ao pequeno-almoço, 47,2 por cento come pão e 31,3 por cento cereais, acrescentando que o consumo de fruta é mais frequente nas crianças cujo pequeno almoço habitual é apenas leite simples (22 por cento dessas crianças come fruta).

“A fruta deveria estar presente no pequeno-almoço de todas as crianças”, afirma Alexandra Bento, sublinhando que “com mais literacia os pais acabam por transmitir aos seus filhos que o leite, pão e fruta deverá ser a melhor solução para os seus pequenos almoços sempre”.

Por outro lado, a responsável refere que os casos em que a opção dos pequenos almoços são os cereais (22,4 por cento nas crianças dos 3 aos 5 anos e 36,3 por cento dos 6 aos 10 anos), habitualmente mais rápidos de preparar, “exigem mais literacia dos pais”.

“Isto exige mais atenção e mais literacia porque nos cereais há uma panóplia tão grande que é preciso os pais conhecerem o alimento. Temos cereais encharcados de açúcar e sal, como temos cereais de pequeno-almoço com pouco açúcar, sem sal e até com cereais integrais. É preciso saber olhar para o rótulo e saber escolher”, afirmou.

Alexandra Bento lembra que o pequeno-almoço é uma refeição muito importante, que deve rondar 20 a 25 por cento do valor energético do dia da criança, com 300 a 400 calorias, num conjunto de alimentos dos diferentes grupos, e que para isso é preciso ter famílias conscientes e atentas a esta refeição.

O estudo, elaborado por uma empresa de consultoria científica na área da saúde entre abril e junho deste ano, indica que a maioria dos pais/cuidadores inquiridos atribui importância máxima, numa escala de 1 a 6, ao pequeno-almoço no que diz respeito à saúde (81 por cento), crescimento (79 por cento) e atenção/concentração da criança (74 por cento). Esta última variante é mais valorizada nos pais de crianças entre os 6 e os 10 anos de idade.

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