Diretor adjunto de Informação da agência Lusa, Nuno Simas, resolveu formalizar uma queixa-crime junto do Ministério Público, em consequência da espionagem de que foi alegadamente alvo por parte do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED).
Depois de descobrir que as suas chamadas e mensagens no telemóvel poderão ter sido espiadas, no ano passado, o jornalista aponta “devassa da vida privada” e espera ver esclarecido, em pouco mais de um mês, este que é o segundo caso a envolver esta organização de serviços secretos.
“Pedi ao meu advogado para apresentar uma queixa-crime para esclarecer aquilo que parece ser uma devassa da minha vida privada”, declarou Nuno Simas à agência de notícias Lusa. Segundo o jornalista, o processo deverá chegar ao Ministério Público ainda esta semana.
O jornal ‘Expresso’, que na sua última edição publicou este caso de espionagem a Nuno Simas, na altura jornalista do Público, adiantou que o SIED terá perscrutado os registos de telemóvel com o intuito de descobrir “eventuais fontes”.
A ordem de vigiar as comunicações telefónicas de Nuno Simas terá sido dada pelo diretor do SIED na altura, Jorge Silva Carvalho. Os registos do jornalista enchiam seis folhas A4 que estavam intituladas como “lista de compras”.
Também a direção do Público quer “apurar responsabilidades” e, portanto, já garantiu o propósito de solicitar a abertura de um inquérito.
A Procuradoria-Geral da República também pegou neste caso e anunciou, no passado fim de semana, a abertura de um inquérito dentro do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, onde constam outros processos referentes a escutas.
A Comissão Nacional de Proteção de Dados juntou-se a esta tomada de medidas e decidiu abrir um processo de averiguações.