O número de refugiados estrangeiros que Moçambique acolhe aumentou de cerca de 26 mil em 2015 para 40.368 em 2017, anunciou hoje o Instituto Nacional de Apoio aos Refugiados (INAR), um organismo governamental moçambicano.
O diretor-nacional do INAR, António Júnior, considerou moderado o aumento, em conferência de imprensa, assinalando que o fluxo migratório em Moçambique está a acompanhar a tendência de crescimento que se regista em todo o mundo.
“A tendência do fluxo migratório em Moçambique é de um crescimento moderado, em 2017, o país recebeu cerca de 700 refugiados, mas só no primeiro trimestre deste ano, chegaram 769 refugiados”, declarou Inácio Júnior.
Em termos de chegadas diárias de refugiados, prosseguiu, o número baixou de uma média de 800 refugiados por dia, em 2014, para 30 a 50 refugiados, atualmente.
Do total dos refugiados que Moçambique acolhe, 13.554 residem no centro de Marretane, na província de Nampula, norte do país, o único existente no país, e 16.517 estão dispersos pelas restantes províncias do país e por centros urbanos.
Desse número global, 4.732 gozam de um estatuto reconhecido de refugiado, enquanto o remanescente aguarda resposta ao requerimento de asilo.
O país acolhe refugiados da RDCongo, Somália, Etiópia, Burundi, Ruanda, Congo Brazaville, entre outros países, maioritariamente da região dos Grandes Lagos.
Falando na ocasião, o representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Hans Lunshof, declarou que Moçambique tem bons exemplos no tratamento dos refugiados, destacando a qualidade de integração na vida social e económica do país.
“Moçambique tem demonstrado que um refugiado bem integrado não é um custo a mais do que qualquer outro cidadão”, afirmou Hans Lunshof.
O representante do ACNUR elogiou o facto de as crianças refugiadas em Moçambique estarem a frequentar a escola e a possibilidade de filhos de refugiados nascidos no país poderem ter a nacionalidade moçambicana.
“O facto de os filhos de refugiados que nascem em Moçambique poderem ter um registo de nascimento demonstra a preocupação do país em conceder um direito fundamental aos recém-nascidos”, acrescentou.
O INAR e o ACNUR concederam a conferência de imprensa, para assinalar o Dia Mundial do Refugiado, que se celebra no próximo dia 20.
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