Mundo

Número de novos casos de infeção por VIH diminuiu 46 por cento entre 2008 e 2017

O número de novos casos de infeção por VIH diminuiu 46 por cento e o de novos casos de sida 67 por cento, entre 2008 e 2017, revela hoje um relatório, segundo o qual estão notificados em Portugal 59.913 casos.

Dos 59.913 casos de infeção por VIH notificados neste período, 22.551 atingiram estádio sida, adianta o relatório “Infeção VIH e SIDA – situação em Portugal em 2019”, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Até 30 de junho de 2019 foram notificados em Portugal 973 novos casos de infeção por VIH com diagnóstico durante o ano 2018, o que corresponde a uma taxa de 9,5 novos casos por 100 mil habitantes, adiantam os dados do relatório citados num comunicado conjunto da DGS e do INSA.

No mesmo período foram ainda diagnosticados 227 novos casos de sida (2,2 casos por 100 mil habitantes), nos quais a pneumonia por ‘Pneumocystis jirovecii’ foi a doença definidora de SIDA mais frequente, adianta as duas organizações de saúde em comunicado.

“A maioria dos novos casos ocorreu em indivíduos naturais de Portugal (64,2 por cento), mantendo-se o predomínio de casos de transmissão heterossexual, no entanto, os casos em homens que têm relações sexuais com homens (HSH) corresponderam a 49,2 por cento dos novos diagnósticos em homens”, salientam.

De acordo com o documento, os casos em homens que têm relações sexuais com homens (HSH) apresentaram a idade mediana mais baixa (31 anos) e correspondem a 63,2 por cento dos casos diagnosticados em indivíduos de idade inferior a 30 anos, com a taxa de diagnóstico mais elevada a registar-se no grupo etário 25-29 anos (23,8 casos por 100 mil habitantes).

As estimativas realizadas para o ano 2017 revelaram que viviam em Portugal 39.820 pessoas com infeção por VIH, e que apenas 7,8 por cento não estavam diagnosticadas.

A proporção de infeções não diagnosticadas era mais elevada para os casos em homens heterossexuais (13,9 por cento) e mais baixa em utilizadores de drogas injetáveis (1,5 por cento), sendo o tempo médio entre a infeção e o diagnóstico de 3-4 anos, no final de 2017, refere o documento.

“Apesar de estes indicadores revelarem que Portugal tem conseguido chegar aos grupos mais vulneráveis, a percentagem de diagnósticos tardios ainda é superior à da União Europeia”, adverte o documento, defendendo que “importa melhorar as estratégias de rastreio, entre elas a manutenção das respostas comunitárias, o alargamento dos testes rápidos nas farmácias e a criação de alertas para rastreio de pessoas com condições de infeção nos centros de saúde”.

A publicação apresentada hoje pelo INSA e DGS sublinha ainda que os dados da monitorização da estratégia 90-90-90 revelaram que Portugal atingiu no final de 2017 os três objetivos da ONUSIDA, com 92,2 por cento das pessoas que vivem com VIH diagnosticadas, destas 90,3 por cento em tratamento e, dessas, 93 por cento com carga viral suprimida (ou seja, com menor risco de transmissão).

“Apesar desta conquista, a aposta na disponibilização de meios preventivos e de redução de riscos e minimização de danos, assim como a promoção do rastreio da infeção e da referenciação das pessoas com resultados reativos para os cuidados hospitalares mantêm-se como eixos prioritários da resposta nacional à infeção”, sublinha o documento.

Em destaque

Subir