Nas Notícias

Número de desalojados aumenta para 77 em sete mil ocorrências

O número de desalojados devido ao mau tempo que assola Portugal continental desde quarta-feira aumentou para 77, registando-se até às 12:00 de hoje cerca de sete mil ocorrências, com dois mortos e um desaparecido.

A informação foi referida aos jornalistas por Pedro Nunes, comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), numa altura em que a depressão Elsa continua em deslocação de norte para sul.

“Até às 12:00 registaram-se sete mil ocorrências, envolvendo 21 mil operacionais”, disse Pedro Nunes.

O comandante referiu que os distritos mais afetados são Porto, Aveiro, Coimbra, Viseu, Braga e Lisboa, sendo a maior parte das ocorrências relacionadas com inundações e quedas de árvores.

Pedro Nunes referiu também que foi acionado o plano de cheias para a bacia do Tejo e admitiu a possibilidade de “estradas nacionais e regionais cortadas” no distrito de Santarém, no final do dia.

“Até às 20:00 deverá existir um agravamento do estado do tempo, sendo depois expectável que comece a estabilizar”, afirmou.

Pedro Nunes indicou a possibilidade de inundações no Douro, com especial atenção para Régua e a foz, nas duas margens, afirmando que os caudais “não estão a estabilizar”, podendo agravar-se a situação “durante a tarde e a noite”.

Em relação ao rio Tâmega, Pedro Nunes referiu que o caudal baixou no período da manhã, mas em Chaves e Amarante poderá agravar-se novamente, “por conta da precipitação e dos caudais que estão a chegar de Espanha”.

“Em relação a Águeda, quer o rio Águeda , quer o Alfusqueiro neste momento apresentam redução de caudais por conta da precipitação e do escoamento previsto para o período da tarde, sendo muito possível que sofra agravamento, ou seja, volte a inundar”, explicou.

De acordo com o comandante, a situação com o rio Mondego tem sido “gerível, com os caudais no limite”. As autoridades estão “apreensivas por conta da precipitação que vai ocorrer à tarde”.

Pedro Nunes alertou ainda para o caso da bacia do Sorraia, uma vez que no fim da tarde/princípio da noite podem ocorrer cheias em Coruche.

Segundo as informações partilhadas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) durante o ‘briefing’ com a Proteção Civil, as 14:00 marcam o início de um “agravamento meteorológico para a região Centro, para as variantes de precipitação forte e persistente e vendo moderado, já não com a intensidade de ontem”, explicou Pedro Nunes.

São esperados então novos episódios de chuva forte e persistente, sendo os distritos mais afetados com esta situação Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém e Lisboa até ao final do dia. Castelo Branco e Portalegre poderão somar-se a esta lista.

Questionado sobre a possibilidade de condicionamentos do trânsito na Ponte 25 de Abril e na travessia dos transportes fluviais no Tejo, na região de Lisboa, Pedro Nunes afirmou que, tendo em conta os avisos do IPMA, o vento que sopra “é moderado, por isso não está prevista essa possibilidade”.

“Para que nos percebam, ontem era considerado forte a muito forte, com rajadas até aos 100 quilómetros/hora. Hoje a rajada máxima anda nos 70/80 quilómetros/hora”, disse.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.

O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.

Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.

Entretanto, cerca de uma centena de linhas de alta e média tensão ainda continuam inoperacionais, devido à passagem da depressão Elsa, sendo os distritos de Viseu, Coimbra e Guarda os mais afetados, informou a EDP Distribuição.

Em destaque

Subir