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Novo sindicato diz ter convenção melhor para estivadores de Setúbal, mas só tem sete filiados

O novo Sindicato dos Estivadores Portuários de Setúbal (SEP265) anunciou hoje que celebrou uma convenção coletiva com a empresa Operestiva, que diz ser melhor para os trabalhadores do que a convenção do SEAL, Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística.

“Os trabalhadores da OPERESTIVA (empresa de trabalho portuário de Setúbal) veem os seus direitos reforçados, comparativamente até a outros sindicatos, onde se destaca a possibilidade de serem instituídos prémios aos trabalhadores, algo que não está previsto com outros sindicatos”, diz o SEP265 num comunicado em que sublinha as alegadas vantagens da sua convenção.

“Há a possibilidade dos trabalhadores contratados em dezembro 2018 (após a greve contra o trabalho precário que paralisou o porto de Setúbal durante um mês) poderem subir de nível antes dos seis anos, enquanto no outro sindicato só sobem de nível após seis anos”, acrescenta o comunicado.

O SEP 265 salienta também que a sua convenção, para além das atualizações salariais anuais garantidas de 1,3 por cento acima da inflação, garante ainda um aumento (adicional) de 1 por cento nas tabelas de remuneração e admite a realização do trabalho suplementar por trabalhadores do quadro e eventuais, e não apenas por eventuais, como prevê o acordo do SEAL.

Por outro lado, o SEP265 diz que só admite a contratação de novos trabalhadores eventuais se, “pelo menos, 10 trabalhadores dos atuais eventuais” forem integrados de imediato nos quadros das empresas de trabalho portuário de Setúbal.

Contactada pela agência Lusa, a presidente do SEP265, Amália Cabeleira, defendeu a instituição de prémios pagos em função da “assiduidade, categoria e desempenho” de cada trabalhador, admitindo, no entanto, que os critérios para o pagamento desses prémios ainda não estão definidos.

Confrontada com as críticas de alguns trabalhadores portuários, que acusam o SEP265 de ser um sindicato para defender os interesses das empresas de trabalho portuário e não os interesses dos trabalhadores, Amália Cabeleira refutou as acusações e defendeu que “tem de haver, acima de tudo, respeito de ambas as partes, trabalhadores e empresa”.

Por outro lado, Amália Cabeleira afirmou-se convicta de que o SEP265 conseguiu um acordo melhor do que o SEAL e disse esperar que o novo sindicato mereça a preferência de cada vez mais trabalhadores, mas reconheceu que o “SEAL tem muita força no porto de Setúbal”.

Na verdade, segundo Amália Cabeleira, o SEP265 tem apenas sete filiados, que contrastam com os 152 trabalhadores do porto de Setúbal que estão filiados no SEAL.

A agência Lusa tentou contactar o responsável da empresa de trabalho portuário Operestiva, Diogo Marecos, mas não foi possível em tempo oportuno.

O SEAL escusou-se, para já, a fazer qualquer comentário sobre a convenção negociada entre o SEP265 e a Operestiva, remetendo para mais tarde uma eventual tomada de posição.

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