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Novo secretário-geral da CGTP quer lutar contra a “agiotagem”

armenio_carlosO congresso da CGTP terminou sem grandes surpresas. Arménio Carlos sucede a Carvalho da Silva e promete lutar contra “a ofensiva capitalista, patronal e governamental” que destrói “os direitos dos trabalhadores”, embora queira fazer da central sindical menos dependente do carisma de uma pessoa.

Arménio Carlos cumpriu as expectativas no discurso de encerramento do XII congresso da CGTP, que durante dois dias reuniu 857 delegados em Lisboa. O novo secretário-geral da central sindical abordou “o processo de agiotagem puro e duro” que afeta os trabalhadores portugueses, criticando a política governamental por “destruir a economia, promover perigosas ruturas na sociedade, subverter os princípios constitucionais, sacrificar direitos dos trabalhadores e esvaziar o Estado social”.

“Quanto mais pagamos, mais devemos, logo menos soberania temos. Os pacotes de austeridade e exploração sucedem-se, sem fim à vista”, alertou o sindicalista, que fez as contas às sequelas do “programa de agressão” em curso: “se não for travado, terá como consequência, entre outras, a quebra de riqueza para um nível inferior a 2001, a destruição de mais de 400 mil postos de trabalho e uma taxa de desemprego que ultrapassará os 14 por cento. A dívida pública será de 112 por cento, superior em 20 pontos àquela que existia há um ano”.

Entre os principais culpados, Arménio Carlos destacou o Presidente da República e o primeiro-ministro por estarem a “alterer a legislação liberal”, apontando ainda o dedo aos “ministros de bandeira portuguesa na lapela que entregam ao capital estrangeiro as empresas nacionais”, provando que “nada foi feito para pôr termo à promiscuidade entre interesse público e privado”.”Nós somos os explorados, eles são os exploradores”, ataca.

A união, mais do que nunca, faz a força: “a CGTP, hoje mais do que nunca, apela à unidade na ação, nos locais de trabalho, contra a retirada dos direitos aos trabalhadores”. Essa ação, reforça o novo secretário-geral, “não é feita por cima, é por baixo”, deixando o alerta para o vazio que a saída do histórico Carvalho da Silva poderá deixar no movimento sindical: “há um compromisso de prosseguir e aprofundar o projeto unitário e democrático da CGTP. É o projeto de todos e não só de alguns”. Arménio Carlos exemplificou a luta iminente com as greves agendadas para 2 e 3 de fevereiro (nos transportes) e, principalmente, com a manifestação nacional marcada para o próximo dia 11.

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