Economia

Novo crédito ao consumo dispara 16 por cento até setembro para quase 3,5 mil milhões

Os bancos concederam novos créditos ao consumo no valor de 353 milhões de euros em setembro, com o total desde janeiro a ascender aos 3,485 mil milhões de euros, mais 16 por cento do que em 2017, segundo dados hoje divulgados.

De acordo com dados disponíveis na página do Banco de Portugal (BdP), em setembro os bancos concederam empréstimos ao consumo no valor de 353 milhões de euros, menos do que o valor apurado em agosto (404 milhões de euros), mas mais do que em setembro de 2017 (348 milhões de euros), apesar dos sucessivos alertas da instituição.

Em termos acumulados, o montante de novos créditos ao consumo concedidos às famílias disparou 16 por cento em termos homólogos (dos 3,016 mil milhões de euros observados em 2017) para 3,485 mil milhões de euros este ano.

Também hoje, o BdP divulgou que foram concedidos 790 milhões de euros pelos bancos às famílias para empréstimos à habitação em setembro, menos do que os 810 milhões de euros de agosto – mês no qual já tinham recuado em termos mensais -, mas mais do que os 739 milhões de euros concedidos em setembro de 2017.

Desde o início do ano, foram já emprestados 7,293 mil milhões de euros de novos créditos à habitação, valor que compara com os 5,951 mil milhões de euros concedidos no ano passado entre janeiro e setembro.

Após vários alertas sobre o risco do sobreendividamento das famílias, o BdP lançou em julho novas regras que criam restrições à concessão de novos créditos à habitação e ao consumo, estabelecendo que as famílias apenas podem gastar metade do seu rendimento com empréstimos bancários.

Em 25 de setembro também o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, advertiu que os bancos devem ter cautela na concessão de crédito, especialmente ao consumo, para não pôr em causa o trabalho feito em tornar as instituições mais sólidas e pediu “vigilância”.

As novas regras foram anunciadas em 01 de fevereiro, tendo o supervisor e regulador bancário justificado que o objetivo é os bancos não assumirem riscos excessivos nos novos créditos e que os clientes tenham capacidade de pagar as dívidas.

Estas limitações surgiram depois do Banco de Portugal ter admitido no início de junho, no Relatório de Estabilidade Financeira, que há “alguns sinais” de sobrevalorização dos preços do imobiliário, embora limitados.

Para já, estas regras são apenas uma recomendação – ainda que os bancos que não as cumpram tenham de se explicar –, mas em maio o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, avisou no parlamento que se os bancos não as respeitarem poderão passar de recomendações a ordens vinculativas.

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