Ciência

Nove em cada 10 portugueses pesquisam no ‘Dr. Google’

Perto de 90 por cento dos inquiridos num estudo nacional sobre literacia digital em saúde diz utilizar com frequência a internet para procurar informação sobre saúde, mas apenas 20 por cento considera credível essa informação. Os dados foram revelados hoje, pela Comissão de Tecnologias de Informação em Saúde, no plenário do Health Parliament Portugal, na Fundação Calouste Gulbenkian. Porém, o ‘Dr. Google’ tem fontes que não são credíveis.

De acordo com a presidente da comissão e médica, Sofia Couto da Rocha, “a credibilidade e a quantidade excessiva de informação foram os principais problemas apontados por 78 por cento e 38 por cento dos participantes, respetivamente. Há uma diversidade imensa de fontes de informação em saúde na internet, o famoso Dr. Google, mas a verdade é que não há uma metodologia de certificação dessas fontes”.

O estudo revelou ainda que metade dos participantes acha que nem sempre a informação transmitida pelos médicos é percetível e esclarecedora. 60 por cento dos inquiridos admite utilizar a internet para procurar sintomas de doenças e o seu significado; pesquisar sobre tratamentos disponíveis (47 por cento), informação sobre médicos e hospitais (43 por cento) e prevenção de doenças (41 por cento).

A Comissão de Tecnologias de Informação em Saúde conseguiu também aprovar hoje, em plenário, a recomendação para a criação ou adaptação de um código de conduta, em Portugal, que certifique os sites e as aplicações para informação em saúde, por uma instituição competente.

Esta Comissão recomendou também a implementação de uma rede de educadores para o tema da literacia digital em saúde, com intervenção dos que estão perto da comunidade, como Juntas de Freguesias e Universidades Seniores, suportada pelos principais stakeholders com interesse no desenvolvimento na economia digital. A recomendação foi aprovada por unanimidade.

A implementação de planos de formação obrigatórios (nomeadamente, ações de atualização recorrentes em função da evolução que se verifique nos sistemas de informação) para todos os profissionais envolvidos nos processos e sistemas de informação da saúde foi mais uma recomendação aprovada.

 “Estamos muito satisfeitos pela aprovação unânime das recomendações da Comissão, para esta área, porque acreditamos que com a sua implementação vamos conseguir contribuir para melhorar os índices de literacia digital em saúde, e assim, promover a autonomia do cidadão para a tomada de decisões em saúde”, conclui Sofia Couto da Rocha.

O estudo nacional sobre literacia digital em saúde, que envolveu 3.500 utentes do Serviço Nacional da Saúde, foi desenvolvido pela “Comissão de Tecnologias de Informação em Saúde” do Health Parliament Portugal, composto por 60 pessoas, entre os 21 e os 40 anos, que tem como objetivo refletir sobre o futuro da saúde em Portugal e produzir recomendações.

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Etiquetas: Estudo Saúdehome

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