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Novas leis e preço do petróleo levam companhias a apostar em Angola, diz Analista

O analista da consultora especializada em energia WoodMackenzie Adam Pollard disse hoje à Lusa que as companhias petrolíferas “estão novamente a olhar para Angola” devido aos preços do petróleo e às reformas lançadas pelo Governo.

“No último ano Angola virou a página, o país está a tentar atrair mais investimento para evitar o declínio da produção de petróleo prevista para os próximos anos, e há sinais de que as companhias estão novamente a olhar para Angola e a sentirem-se mais confortáveis em investir no país”, disse Adam Pollard.

Em entrevista à Lusa a propósito das perspetivas de evolução do setor petrolífero em Angola, o analista explicou que “tal como noutros países africanos, a produção está a cair há uns tempos, e espera-se que caia ainda mais”, e daí os esforços para atrair investimento externo que possa inverter a situação.

“Vimos alguns projetos sancionados pela francesa Total no bloco 17 no último ano, talvez a BP e a ENI façam o mesmo este ano, portanto há vários sinais” de interesse das maiores petrolíferas no país”, disse, notando que a exploração é predominantemente na costa e a grande profundidade.

“Angola é, por natureza, um dos sítios mais caros para desenvolver petróleo, quase sempre em águas ultraprofundas, e por isso quando os preços desceram, em 2014, foi um dos mais afetados, mas agora há mais confiança não só na estabilidade dos preços do petróleo, mas também houve muito trabalho feito pela Sonangol e pelo Governo para melhorar o ambiente de negócios”, disse.

Questionado sobre quais as medidas mais importantes para restabelecer a confiança dos investidores no país, Adam Pollard elencou os decretos presidenciais para acelerar as aprovações, as medidas de combate contra a burocracia que estava associada á indústria petrolífera, as leis para incentivar a exploração dos campos marginais mais pequenos e a nova lei que equipare a exploração do gás à do petróleo.

Sobre a meta de 1,4 milhões de barris por dia, que Angola estabeleceu para este ano, Pollard disse que é “uma meta razoável”, explicando que “muitos dos poços estão na fase de maturidade, quando a produção começa a cair, e há novos projetos para aumentar a produção, mas Angola precisa de sancionar mais vários projetos para serem sancionados e começarem a funcionar nos próximos meses”.

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