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Nos idosos, Alzheimer e cancro são doenças que raramente ‘coabitam’

alzheimer1De acordo com um estudo, os idosos que padecem de Alzheimer têm menos riscos de sofrer cancro, sendo que o fenómeno inverso também ocorre: idosos com cancro estão menos propensos a sofrer de Alzheimer. A pesquisa envolveu 205 mil idosos e foi publicada na regista Neurology, da Academia Americana de Neurologia.

Alzheimer e cancro em simultâneo, nos idosos, é um fenómeno pouco provável. Investigadores conseguiram associar um menor risco de padecer das duas doenças naquele grupo etário, sendo que qualquer uma das mesmas inibe o desenvolvimento da outra.

De acordo com um estudo da autoria do investigador Massimo Musicco, membro do Conselho Nacional de Pesquisa de Itália, esta pesquisa vem corroborar conclusões semelhantes, em trabalhos anteriores. Só que, desta vez, o número de idosos avaliados é muito superior: 205 mil.

A investigação – publicada na regista Neurology, da Academia Americana de Neurologia – resulta de um aparente aumento de idosos que padeceram de Alzheimer ou de cancro e raramente das duas doenças em simultâneo.

Massimo Musicco decidiu perceber a relação entre as doenças, também no sentido de desenvolver novos tratamentos. E percebeu que qualquer uma delas é inibidora da outra.

Para a realização deste estudo, os investigadores, liderados por Musicco, estudaram 205 mil idosos residentes em Itália. São pessoas com idade mínima de 60 anos, avaliadas ao longo de seis anos.

Verificou-se que, após este período, houve 21 451 casos de pessoas com cancro e 2832 com a doença de Alzheimer. No entanto, somente 161 idosos sofreram das duas doenças em simultâneo.

Os investigadores calcularam que o número tivesse de ser superior: cerca de 280 casos. E foram surpreendidos. O risco de um idoso com cancro padecer de Alzheimer é de cerca de metade, enquanto o fenómeno inverso é cerca de um terço.

“Outras pesquisas já tinham notado esta relação entre cancro e Alzheimer. No entanto, este é o maior estudo realizado e teve em consideração o momento em que as doenças são diagnosticadas. Foi também avaliada a hipótese de a presença de uma doença disfarçar o diagnóstico da outra, já que os sintomas podem complicar esse diagnóstico. Por exemplo, uma pessoa com cancro poderá assumir que a perda da memória pode ser um efeito secundário da quimioterapia”, salienta Massimo Musicco.

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