A justiça holandesa concedeu a liberdade condicional a Aicha, a jovem resgatada pela própria mãe das ‘garras’ do Estado Islâmico, na Síria. A ‘noiva jihadista’ pode ainda vir a responder em tribunal por envolvimento com organizações terroristas.

O pesadelo de Aicha ainda não terminou, mas a jovem holandesa pode agora preparar os próximos combates em liberdade.

Aicha, de 19 anos, tornou-se famosa quando foi detida na Turquia. Tinha acabado de cruzar a fronteira com a mãe, vindas da Síria, e foi a história da mãe que tornou o caso num fenómeno mediático.

Quando soube que a filha, que aos 18 anos se convertera ao Islão, tinha fugido para a Síria para casar com um jihadista do Estado Islâmico (ISIS, na sigla internacional), Monique não hesitou em ir resgatá-la.

Em outubro, Aicha conseguiu pedir ajuda à mãe, através do Facebook, mas Monique viu-se de mãos atadas quando as autoridades holandesas a aconselharam a ficar quieta: seria demasiado perigoso tentar resgatar a jovem.

Sem apoio oficial, a mulher resolveu ir sozinha até Raqqa, no território sírio conquistado pelo ISIS, para resgatar a filha. Vestindo uma burca, Monique conseguiu infiltrar-se entre os jihadistas e aproximar-se de Aicha, fazendo com que ambas fugissem da Síria, pela fronteira com a Turquia, e regressassem a casa.

“É incrível como conseguiu encontrar e trazer a filha de volta”, reconheceu o advogado da família, citado pelo The Telegraph.

Mas os problemas estavam longe de terminar: ao atravessarem a fronteira, foram detidas pelas autoridades turcas, uma vez que nenhuma delas estava na posse do passaporte.

A solução foi negociada entre os dois países, com Aicha a ser novamente detida assim que pisou solo holandês: foi no aeroporto de Schiphol, em Amesterdão.

Até ontem, a jovem estava em isolamento, podendo apenas falar com a mãe.

O Tribunal de Limurgos concedeu ontem a liberdade condicional a Aicha, mas a ‘noiva jihadista’, como agora é conhecida na Holanda, pode ainda vir a ser acusada de envolvimento com organizações terroristas.