Nobel da Paz para Putin? Proposta tem por base as negociações com a Síria

Poderá Vladimir Putin ser o terceiro russo a receber o Prémio Nobel da Paz? O trabalho desempenhado pelo Presidente na resolução da guerra civil na Síria serve de base à proposta apresentada ao Comité Nobel. O exemplo está na distinção de Obama em 2009.

Vladimir Putin poderá ser o terceiro russo a ser galardoado com um Prémio Nobel da Paz, depois do físico e ativista Andrei Sakharov (em 1975) e do ‘pai’ da ‘perestroika’, Mikhail Gorbatchov (1990). A proposta já foi enviada ao Comité norueguês responsável por uma das distinções mais prestigiadas do mundo.

A ideia partiu de uma associação russa e recebeu de imediato o apoio de um vasto conjunto de políticos e personalidades russos, incluindo o cantor Iosif Kobzon, descrito pela agência RIA Novosti como um “fervoroso adepto de Putin”. Os esforços do Presidente na resolução da guerra civil que devasta a Síria, sobretudo depois dos relatos de incidentes com armas químicas, e na pacificação de conflitos regionais são os motivos que sustentam a proposta.

“Estamos bem cientes do papel de pacificação que o nosso Presidente teve em regiões afetadas, como Beslan e a Ossétia do Sul”, afirmou o vice-presidente da Academia Internacional para a Unidade Espiritual e Cooperação entre Nações, Georgy Trapeznikov.

Na Síria, Putin “tentou travar o derramamento de sangue e tentou utilizar o diálogo político para ajudar a situação de conflito”, acrescentou Kobzon, citado pela agência RT.

Sem que nenhum dos proponentes o assuma, o nome do Presidente dos Estados Unidos é outro dos motivos da proposta. Em 2009, Barack Obama foi galardoado com o Nobel da Paz por motivos semelhantes: as conversações e mediações para pacificar conflitos regionais. Mesmo nos EUA, Obama tem sido publicamente criticado pela forma como lidou com a questão da Síria.

A RT antecipa que a 12 de outubro já se saberá se o Nobel da Paz de 2014 será Vladimir Putin, o qual ainda não reagiu à nomeação. “O principal critério para o Presidente é a sua satisfação com os resultados do seu trabalho”, explicou Dmitry Peskov, o secretário do gabinete de comunicação da Presidência.