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No cancro da mama, as invisuais veem mais do que os médicos

cancro-da-mama1 Experiência na Alemanha na deteção do cancro da mama por mulheres cegas foi desenvolvida pelo ginecologista Frank Hoffmann. Pessoas com deficiência visual têm a capacidade de encontrar nódulos mais pequenos e chegam mais além: veem o que passa despercebido aos médicos.

Um trabalho clínico realizado na Alemanha consiste em detetar o cancro da mama, com a preciosa ajuda de pessoas que têm problemas visuais.

A ideia não é nova. Há alguns anos, a teoria de que a cegueira poderia ser útil neste diagnóstico foi considerada, uma vez que leva ao desenvolvimento de maior capacidade tátil. No entanto, só agora se avançou para uma pesquisa, na Alemanha.

Algumas mulheres cegas estão a participar na deteção do cancro da mama, sendo que conseguem fazê-lo de forma muito mais precoce, em comparação com pessoas sem problemas visuais.

A questão foi levantada quando Frank Hoffmann, médico de Duisburg, percebeu que não tinha tempo suficiente para realizar exames clínicos capazes de encontrar nódulos de pequena dimensão, no tecido mamário.

“Os médicos conseguem encontrar tumores entre um centímetro e dois centímetros. As pessoas cegas detetam nódulos com tamanhos inferiores, de seis milímetros. É uma diferença muito grande, que permite, em certos casos, evitar que o cancro se desenvolva para outras partes do corpo”, diz Hoffmann.

O desenvolvimento do tato das pessoas cegas poderia, desse modo, dar uma ajuda fundamental. E a teoria confirmou-se.

Num estudo realizado em parceria com a Universidade de Essen, concluiu-se que as mulheres cegas são capazes de detetar mais nódulos do que os médicos.

Este médico alemão – que fundou a Discovering Hands, uma organização que tem como objetivo a deteção precoce do cancro – criou sistema de treino para mulheres cegas, que se tornam em ‘médicas’, graças à capacidade do tato.

E há já 17 que abraçaram este desafio, em diversas clínicas na Alemanha.

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