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“Ninguém tentou salvar” Farzana, a grávida apedrejada até à morte, diz o marido

“A coisa mais dolorosa é que ninguém tentou salvar minha esposa”, lamenta o marido de Farzana Iqbal, a jovem grávida que foi apedrejada até à morte, por familiares, em frente a um tribunal no Paquistão. Muhammad, viúvo, promete lutar até que seja feita “justiça”.

Muhammad Iqbal exige “justiça” depois da mulher, Farzana, ter sido apedrejada até à morte, não obstante estar grávida e encontrar-se, na altura do crime, em frente a um tribunal de Lahore, no Paquistão.

“A coisa mais dolorosa é que ninguém tentou salvar minha esposa”, lamentou o viúvo, numa conversa telefónica com a AFP, reforçando: “havia dezenas de policiais e pessoas perto, mas assistiram a tudo como meros espectadores”.

O ato bárbaro não foi uma surpresa para Muhammad: sem contar com as inúmeras ameaças, o casal já enfrentara um ataque semelhante, a 12 de maio, quando ocorreu a primeira audiência em tribunal.

O ‘crime’ de Farzana Iqbal, de 25 anos e que estava grávida de três meses, foi ter casado com um homem contra a vontade da família. A pena para tamanho ‘crime de honra’ é a pena de morte: vários familiares, incluindo o próprio pai e dois irmãos, apedrejaram a jovem até à morte.

A lapidação teve lugar mesmo em frente a um tribunal, na cidade de Lahore: é que a vítima ia defender o marido, que tinha sido acusado pelos familiares da mulher de a ter raptado.

Os familiares, cerca de 20, cercaram Farzana Iqbal enquanto esta aguardava pela abertura do tribunal. Um antigo noivo, escolhido pela família, foi ‘convidado’ a participar.

O grupo atacou a mulher com pedras e tijolos, levando a vítima a cair inanimada. Apesar de transportada para o hospital, não resistiu aos ferimentos.

De acordo com a agência Reuters, o pai de Farzana foi o único agressor a ser detido pelas autoridades.

Umer Cheema, da polícia de Lahore, o pai terá justificado a ‘sentença’ com o ‘crime de honra’ cometido pela filha, que recusou casar-se com um primo como estava combinado.

De acordo com a Aurat Foundation, uma organização de defesa dos direitos humanos, por ano há cerca de mil mortes por ‘crimes de honra’ no Paquistão.

A estimativa é feita por baixo, uma vez que se baseia apenas nos casos que se tornam do conhecimento público.

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