O Presidente da República afirmou que as manifestações contra a crise são “legítimas” desde que não entrem “numa espiral de violência”.
Numa reação aos confrontos ontem ocorridos no Porto, em que foram arremessadas garrafas contra as forças policiais, Marcelo Rebelo de Sousa pediu um “esforço” na contenção da violência.
“Ninguém está feliz nem satisfeito. As manifestações são uma expressão em democracia desse estado de espírito dos portugueses e, por isso, são legítimas. Só podemos pedir que essas manifestações sejam feitas sem violência, não podemos ter crises políticas, nem situações de violência”, disse o chefe de Estado, à margem da visita ao Santuário de Fátima.
Marcelo fez questão de recordar a mensagem que deixou em março, quando decretou o estado de emergência pela primeira vez.
“Disse uma coisa que as pessoas não retiveram: que ia haver cansaço, que ia haver fadiga, frustração. Há muitos desempregados, há oito meses sem trabalho. Outros com desgostos familiares, com a perda de entes queridos”, recordou.
“A manifestação é legítima, mas há uma necessidade de ir olhando a cada passo e apelo a que não se quebrem os laços de solidariedade na sociedade portuguesa. A pior coisa que podemos ver é um confronto entre quem quer ver uma reabertura rápida da sociedade e quem tem medo dessa reabertura. Não podemos ter essa divisão. Temos de evitar isto. Que haja manifestação, mas sem entrar numa espiral de violência”, concluiu o Presidente.
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