Ex-chefe de Estado de França, Nicolas Sarkozy, foi sujeito a um longo interrogatório, depois de indiciado pelos crimes de corrupção ativa e tráfico de influências, bem como quebra de sigilo profissional. Em causa, estão suspeitas de financiamento partidário, de 50 milhões de euros, por parte do regime líbio de Muammar Kadafi. Manuel Valls, primeiro-ministro francês, apelida os factos de “muito graves”.

Quinze horas de interrogatório, depois da detenção de Nicolas Sarkozy, permitiram às autoridades judiciais avançar nas investigações. O ex-chefe de Estado francês está indiciado por diversos crimes, sendo que os mais graves são corrupção ativa e tráfico de influências.

Em causa está também um alegado financiamento partidário do regime líbio de Muammar Kadafi, na ordem dos 50 milhões de euros, como forma de controlar o xadrez político na Europa.

“Esta situação é grave”, disse o primeiro-ministro de França, Manuel Valls, nesta quarta-feira, em reação às investigação que estão em curso e que colocam Sarzoky no centro de um esquema de alegado abuso de poder.

Em causa está o financiamento da campanha de 2012, nas eleições que o ex-presidente perdeu para o seu sucessor, François Hollande. Os investigadores querem apurar se o antigo chefe de Estado da França tentou obter acesso, de forma ilícita, a informação sobre uma outra investigação judicial em curso.

De acordo com a France Press, as autoridades suspeitam de que Nicolas Sarkozy, com o apoio do advogado, tentou obter informação junto de um dos magistrados encarregados do processo, que como contrapartida iria ser nomeado para um cargo de prestígio no Mónaco.

Nicolas Sarkozy, presidente francês entre 2007 e 2012, tem 59 anos de idade. Foi detido e libertado, 15 horas depois de enfrentar um interrogatório. As investigações prosseguem, com o suspeito em liberdade, e não se sabe ainda se o caso irá a julgamento.