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News of the World fecha portas 168 anos depois

Semanário fundado em 1843 fecha as portas e terá a sua última edição neste domingo. O fim do News of the World resulta de um escândalo de escutas ilegais a vítimas de crimes violentos. O proprietário, Rupert Murdoch, anunciou a morte do jornal que, apesar de ser o tablóide mais vendido do mundo, representa apenas três por cento do lucro total do magnata.

Vítima do seu próprio crime, o News of the World vai encerrar as portas, em resultado de um escândalo que envolve o tabloide britânico e que está relacionado com acesso a escutas feitas em telefones de vítimas de outros crimes e das famílias das mesmas.

Depois de ter sido tornado público, o escândalo tomou proporções que impressionaram o próprio proprietário da publicação: Rupert Murdoch. O magnata não gostou do caso e foi radical: deu ordens de encerramento, medida divulgada através de um comunicado.

“Tudo aquilo que o News of the World fez de bem fica manchado com este comportamento triste e desumano. A nossa empresa não admite este tipo de conduta”, refere a nota. Chega assim ao fim, de forma triste, um jornal que nasceu em 1843.

O filho do milionário, James Murdoch, anunciou que o News of the World deixará de dar notícias do mundo já a partir do próximo domingo. As receitas provenientes das vendas desse número reverterão a favor de instituições de caridade.

As escutas ilegais foram feitas a telemóveis de vítimas de crimes. Surgiram várias informações que apontavam este tipo de comportamento, por parte dos responsáveis da publicação. O jornal contratou investigadores e subornou polícias, num esquema que permitiu ouvir conversas e aceder a mensagens.

O News of the World teve até acesso a informação através de um telemóvel de uma criança de 13 anos, que foi assassinada em 2002. Para poder ter acesso a mais informação, foram sendo eliminadas mensagens, o que levou a polícia a pensar que a menina, Milly Dowler, estivesse viva. A família acalentou esperanças de que pudesse recuperar Milly, com vida, apesar da morte estar consumada há anos. A manobra do jornal chocou a opinião pública.

Este jornal britânico, em formato tabloide, tem uma abordagem populista e sensacionalista, procurando escândalos sexuais. Apresentava, em 2010, uma venda de 2,9 milhões de jornais por semana, o que lhe conferia o título de periódico inglês com maior venda em todo o mundo. Em 2007, o editor demitiu-se, depois de outro episódio idêntico: escutas telefónicas à família real.

Leia a notícia do fim do News of The World, publicada no próprio jornal.

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