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Negrão ainda não recebeu carta prometida pelo primeiro-ministro e reitera que a divulgará

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, fez hoje questão de dizer que ainda não recebeu a justificação escrita que o primeiro-ministro prometeu enviar-lhe na quarta-feira, e reiterou que a tornará pública quando esta chegar.

“Queria dizer que não recebi nenhuma carta do primeiro-ministro hoje, foi a primeira coisa que fiz foi perguntar se já tinha chegado. Ainda não chegou, continuarei a aguardar e perguntarei todos os dias se a carta já chegou ou não”, afirmou Fernando Negrão, em declarações aos jornalistas no final da reunião da bancada do PSD.

Na quarta-feira, no debate quinzenal, Negrão acusou o primeiro-ministro de “faltar à palavra” sobre a mudança do Infarmed para o Porto, com António Costa a recusar responder “à questão pessoal” no debate e a prometer enviar-lhe “por escrito a razão porque não aceita lições” do social-democrata sobre a sua palavra.

Fernando Negrão disse então aguardar “ansiosamente” por essa carta e assegurou:

“Se não a divulgar publicamente, eu divulgo com a minha resposta. Chega de insinuações”, afirmou o líder da bancada social-democrata.

Hoje, Fernando Negrão reiterou que “obviamente” divulgará a carta de António Costa, e disse não fazer “a mínima ideia” de qual poderá ser o seu conteúdo.

Questionado se o PSD já decidiu sobre como irá votar a comissão parlamentar de inquérito anunciada pelo CDS-PP sobre o furto de armas em Tancos, Negrão afirmou que este caso foi um dos temas abordados na reunião da bancada, mas remeteu uma resposta para mais tarde.

“Aguardamos que o CDS nos transmita o objeto da comissão parlamentar de inquérito para depois tomarmos uma decisão”, afirmou.

Segundo Negrão, o tema mais debatido na reunião da bancada – que durou pouco mais de uma hora – foi o da saúde.

“A acusação que a esquerda tem por hábito fazer ao PSD de que o PSD quer privatizar o Serviço Nacional de Saúde é uma verdadeira mentira de quem quer prejudicar este tema”, defendeu, salientando que “há muitos atores políticos do PS que vieram do setor privado da saúde”.

Segundo Negrão, para o PSD “o setor público da saúde deve ser preponderante, porque há muitos portugueses que não têm condições de acesso ao setor privado”.

Na reunião da bancada que decorreu à porta fechada, segundo relatos feitos à Lusa, Fernando Negrão acusou o primeiro-ministro de falta de credibilidade, o que deu o mote para intervenções de deputados como Marco António Costa e Miguel Morgado.

Morgado, que foi vice-presidente da bancada e assessor político do anterior líder Pedro Passos Coelho, lamentou que estas críticas a Costa não sejam acompanhadas pela direção do partido e reiterou que “não é possível fazer acordos com o PS”.

Como exemplo, o deputado lamentou o silêncio da direção do PSD quanto à saída da Grécia do processo de assistência financeira, considerando que o partido não pode abandonar a argumentação de que as melhorias na economia se devem ao anterior Governo, uma vez que nas eleições de 2019 estará em causa “quem teve razão”.

Miguel Morgado lamentou na reunião, tal como já tinha feito publicamente, a não recondução da atual Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, considerando que foi “uma vitória da corrupção e da oligarquia”.

Já o antigo vice-presidente do PSD Marco António Costa e atual presidente da Comissão de Defesa defendeu que o PSD deve concentrar o seu ataque à credibilidade do Governo nas áreas de soberania, dizendo que o Governo tem “conseguido disfarçar” as deficiências em setores estruturais como a saúde com o recurso a acordos com os privados.

Também na economia, o deputado considerou que “não vale a pena criticar coisas que os cidadãos sentem que estão melhores”, apontando as áreas de soberania – como a defesa, administração interna e justiça – como aquelas em que “o Governo não tem estado à altura das suas responsabilidades”.

Por isso, já disse ser favorável à comissão de inquérito anunciada pelo CDS-PP ao caso de Tancos, defendendo que esta tem de ser “construtiva” – para que se faça a responsabilização política e se evitem os mesmos erros no futuro –, mas salvaguardando a imagem das Forças Armadas.

Lusa

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