Economia

Negócio da China rende 144 milhões de dividendos da EDP

antonio_mexiaÉ um negócio da China para o novo acionista da EDP. A China Three Gorges, que só em dezembro adquiriu a participação na elétrica ‘portuguesa’, vai receber quase 145 milhões de euros em dividendos relativos ao ano de 2011. Isto num ano em que os dividendos a distribuir subiram 8,8 por cento quando comparados com o exercício anterior.

Só há cerca de três meses é que a China Three Gorges adquiriu uma participação na EDP (21,35 por cento), mas já sabe quanto vai receber de dividendos pelo exercício de 2011. “Cerca de 144 milhões de euros”, revelou o presidente executivo da EDP, António Mexia, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados da empresa.

Isto porque o exercício de 2011 ditou um crescimento da empresa tão positivo – assegurado no exterior, frisou Mexia, talvez para evitar ser confrontado com os últimos aumentos no preço da eletricidade em Portugal – que vai permitir à EDP distribuir um dividendo de 0,185 euros por ação, o que representa uma subida de 8,8 por cento em relação ao efetuado para os resultados de 2010.

Esta subida foi justificada pelo presidente da EDP como um reflexo da “capacidade de continuar a crescer” e para dizer aos mercados “que cumprimos aquilo que é a política de dividendo”. Um retorno de seis por cento sobre os capitais investidos “está em linha com o setor”, complementou António Mexia.

O dirigente realçou ainda que a elétrica está “num processo de revisão do business plan”, o qual sofrerá já uma influência oriental, pois a China Three Gorges tem um palavra a dizer quanto ao futuro da empresa. Segundo Mexia, o plano estratégico para o quadriénio 2012-15 “será apresentado ao mercado até maio”.

Aos 144 milhões que a EDP vai entregar à empresa chinesa poderão somar-se os cerca de 36 milhões que a mesma China Three Gorges, eventualmente, vai receber de dividendos enquanto acionista da REN. Uma hipótese que, porém, Passos Coelho desmentiu na Assembleia da República, quando questionado pelo Bloco de Esquerda.

“O contrato de venda da participação que a Parpública detém na REN não está ainda concretizado, razão pela qual, no âmbito desse contrato, não há lugar seguramente a qualquer compensação financeira a quem ainda não detém participação na REN”, afirmou o primeiro-ministro, quando o deputado da oposição lhe recordou uma intervenção da secretária de Estado do Tesouro e Finanças, Maria Luís Albuquerque: “se houver distribuição de dividendos entre o momento do primeiro contrato celebrado e o momento final da transação, o valor é deduzido ao preço de compra; se forem distribuídos depois, são para quem tem propriedade”.

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