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Nayib Bukele assume vitória nas presidenciais de El Salvador

O candidato à presidência de El Salvador Nayib Bukele afirmou, no domingo, ter vencido “com toda a certeza” as eleições, pondo fim a um quarto de século de domínio bipartidário, quando faltam ser contados cerca de 20 por cento dos votos.

“Podemos anunciar com toda a certeza que ganhamos a Presidência da República (…) é um momento histórico, vencemos à primeira volta”, disse Bukele, de 37 anos, em conferência de imprensa num hotel da capital salvadorenha.

Também no domingo, o Supremo Tribunal Eleitoral disse que, com quase 80 por cento dos boletins contados, Nayib Bukele contava 53 por cento dos votos, e em segundo lugar estava Carlos Calleja, de 42 anos, milionário empresário de supermercados, apresentado pelo partido de direita Aliança Republicana Nacionalista (Arena), com 32 por cento.

Tanto Carlos Caleja, como Hugo Martínez, do partido de esquerda Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), do Presidente cessante, Salvador Sánchez Cerén, já assumiram a derrota frente ao antigo líder da câmara municipal de San Salvador.

Tudo indica que Nayib Bukele irá vencer à primeira volta, uma vez que tem já mais de 50 por cento dos votos, para se tornar no sexto Presidente do país centro-americano desde 1992, data em que terminou a guerra civil que abalou o país durante 12 anos.

De acordo com as autoridades, a votação decorreu sem se terem sido registados casos de violência.

A segurança no escrutínio foi assegurada por 23 mil polícias e cerca de 15 mil soldados, mobilizados durante o final da semana, num país também sistematicamente exposto a violentos fenómenos naturais.

Em 2018 registaram-se 3.340 mortes violentas (51 por 100 mil habitantes), o que coloca El Salvador, apesar de uma redução em 15 por cento dos homicídios relativamente a 2017, entre os países mais violentos do mundo fora das zonas de guerra.

Segundo as autoridades, a maioria destas mortes é causada por bandos criminosos, que agrupam cerca de 70 mil membros, dos quais 17 mil estão detidos.

Em 2017, a economia, na qual predomina o dólar como moeda corrente, registou o maior crescimento dos últimos cinco anos (2,6 por cento), mas insuficiente para compensar o crescimento da população ativa e revalorizar os salários, quando 30,3 por cento dos 6,6 milhões de salvadorenhos vivem abaixo do limiar da pobreza.

O salário mínimo mensal ronda os 300 dólares (261 euros), o que apenas garante algumas necessidades básicas.

Confrontados com a miséria e o terror dos bandos armados, com ligações ao narcotráfico e à imigração clandestina, mais de três mil salvadorenhos optaram por integrar as “caravanas” que seguiram por estrada em direção ao “sonho americano”, mas que para a larga maioria não se concretizou.

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