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Navio Mestre Simão “não deveria ter operado” na Madalena com mau tempo

O navio “Mestre Simão” que encalhou a 06 de janeiro passado à entrada do porto da Madalena, ilha do Pico, nos Açores, “não tinha condições para tentar fazer a aproximação ao porto, em segurança”.

A conclusão é de um relatório do Gabinete de Investigação de Acidentes Marítimos (GAMA), agora divulgado, que entende que aquele ferry, pertencente à empresa pública de transportes marítimos de passageiros Atlânticoline, “não devia ter praticado o porto da Madalena nas condições de tempo e mar que se faziam sentir”.

“Considerando os dados da análise, conclui-se que o navio ‘Mestre Simão’ não tinha condições para tentar fazer a aproximação ao porto, em segurança, a navegar nas costas da onda à sua proa e à frente da onda à sua popa”, adianta o mesmo relatório.

O documento, agora tornado público, refere também que o mestre do navio “foi surpreendido” por uma sucessão de três ondas de “maiores dimensões”, que tornaram o ferry ingovernável, empurrando-o a para uma zona de rochas.

“Considerando as condições de tempo e mar e os avisos emitidos pela IPMA, o navio ferry ‘ro-ro’ de passageiros não devia ter praticado o porto da Madalena nas condições de tempo e mar que se faziam sentir”, adianta o mesmo relatório do GAMA.

Os navios ‘ro-ro’ são navios concebidos para o transporte de todo o tipo de carga, em contraste com a operação ‘lo-lo’, em que os navios usam gruas (de terra ou de bordo) para a carga e a descarga.

Os navios ‘ro-ro’ incorporam rampas que permitem o máximo de eficiência nas operações, sendo a carga “rolada” para bordo e para terra durante a estada do navio em porto. As rampas podem ser de vários tipos, sendo mais comuns as rampas traseiras (paralelas ao navio ou formando um ângulo de 45º com a popa do mesmo), dianteiras e laterais.

O documento do GAMA sugere também que o navio “poderia não ter largado do porto do Faial”, ou, caso já tivesse largado, “deveria ter regressado ao porto do Faial ou prosseguido viagem para outro porto”, atendendo ao estado do mar que se fazia sentir na altura.

“Apesar de terem sido considerados pelo mestre do navio os avisos do IPMA, considera-se um fator contributivo não terem sido tomados em consideração a probabilidade de existência de ondulação de altura superior à altura significativa prevista”, conclui o mesmo relatório.

O navio Mestre Simão, construído em 2013 nos Astilleros Armon, em Espanha, tinha 40 metros de comprimento e encalhou no porto da Madalena, com 70 pessoas a bordo (passageiros e tripulantes), que foram retirados do navio em segurança, sem registo de feridos graves.

O ferry já foi, entretanto, removido do local do encalhe.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: Mar

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