Cem por cento. Os trabalhadores da NAV Portugal, que prestam serviços de tráfego aéreo, aderiram em massa à greve, o que provocou uma paralisação nos nove aeroportos no país e dois centros de controlo. Os controladores aéreos não querem provocar grandes danos, pelo que a greve é curta.

Começou hoje a greve na NAV Portugal, empresa responsável pela prestação de serviços de tráfego aéreo, e vai repetir-se nos dias 13, 19, 20 e 26 de abril. As paragens serão parciais, entre as 7h00 e as 9h00 (menos uma nos Açores), e a desta manhã obrigou as companhias aéreas a improvisar, alterando ou anulando diversos voos.

Segundo o coordenador da Comissão de Trabalhadores, Carlos Felizardo, a adesão a esta primeira greve foi total: “a adesão à greve é de 100 por cento nos nove aeroportos no país e dois centros de controlo de área em Lisboa e em Santa Maria”. A ANA Aeroportos confirmou o cancelamento de oito voos no aeroporto de Lisboa e a TAP confirmou, citada pela Lusa, a anulação de 10 voos dentro da Europa.

O responsável acredita que a paragem de duas horas é suficiente para vincar a posição dos trabalhadores sem causar grandes perturbações às empresas: “as companhias aéreas terão feito alterações de escalas para minimizar os efeitos. Não pretendemos com esta greve provocar grandes estragos, por isso ela é curta”.

A greve surge como contestação à política económica seguida pela empresa, com os trabalhadores a considerarem que a NAV Portugal está a perder valor por não defender “a invejável posição estratégica no Atlântico Norte”. A redução das receitas, estimada pelos funcionários em várias dezenas de milhões de euros, é a consequência visível das más opções da administração.

“Está em causa o interesse nacional em duas vertentes concretas: salvaguardar o potencial económico do espaço aéreo nacional, enquadrado numa estratégia atlântica, e maximizar as receitas por via das exportações pela atividade da própria” NAV, explicou Carlos Felizardo.